quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Cidade do México - De cidade mais poluída do mundo a exemplo de mobilidade sustentável

Cidade do México

De cidade mais poluída do mundo a exemplo de mobilidade sustentável

Revista Bicicleta por Anderson Ricardo Schörner 13/01/2014
Cidade do México
Foto: Divulgação
 
Após um crescimento desordenado, com indústrias dentro da cidade e muitos carros circulando, a Cidade do México alcançou o título de cidade mais poluída do mundo na década de 80.
Todos sofriam muito com a poluição, principalmente idosos e crianças. Haviam dias críticos em que não se podia sair para trabalhar, estudar, e era proibido qualquer atividade ao ar livre. Os níveis de poluição ultrapassavam em até quatro vezes as normas de proteção à saúde.



Em 1991, apenas em 11 dias a Cidade do México respirou ar com qualidade aceitável. A população começou a pressionar o governo cobrando medidas para combater este problema. Foi implantada uma série de iniciativas do chamado Plano Verde. Este plano pretende atender sete áreas-chave: espaço público, conservação do solo, abastecimento de água, transporte e mobilidade, reciclagem de resíduos, poluição atmosférica e energia.
Atualmente, a Cidade do México deixou o ranking das 10 cidades mais poluídas do mundo. O trânsito ainda é caótico, mas há quarteirões do centro que são exclusivamente para pedestres, e muitos mexicanos preferem isso.
O problema de poluição na capital mexicana é ainda mais agravado por sua localização geográfica. Como fica em um vale, a poluição encontra uma cadeia de montanhas ao sul, com altitude de 3.800 m, e não consegue se dispersar. A cidade também fica no alto, a 2.200 m de altitude, o que a deixa muito próxima da camada de poluentes que paira no ar. Além disso, por ficar longe do mar, tem 23% menos de oxigênio do que as cidades costeiras, como São Paulo.
Victor Hugo Paramo, diretor de gestão da qualidade do ar, relata que “quando se compara a qualidade do ar de hoje com a do início dos anos 90, percebe-se uma grande melhoria. Em termos de contaminantes, conseguimos controlar os níveis de chumbo, monóxido de carbono, óxido de nitrogênio e dióxido de enxofre. No entanto, ainda temos problemas com material particulado e com ozônio.”
Os veículos são responsáveis por 80% das emissões de poluentes, e portanto, o trânsito é responsável direto do problema da poluição. Retirar estes veículos de circulação é combater o problema direto na fonte. Para isso, o governo estipulou um rodízio que funciona das cinco às 22 horas, em dois dias da semana e um sábado por mês. Os carros novos ganham dois anos livre do rodízio por serem menos poluentes.


Para estimular a troca de carros antigos, que poluem muito mais, o governo também criou um programa de substituição de frota. Os carros e ônibus antigos são destruídos e reciclados, e o governo financia a compra de um novo veículo ou paga pelo ferro velho. Para a empresa que faz o serviço de reciclagem o negócio é lucrativo e, acima de tudo, reciclável. A ideia é substituir 30 mil carros até o próximo ano.
Outra medida muito importante adotada na Cidade do México diz respeito às bicicletas: é a Ecobici, um programa de compartilhamento de bicicletas no centro da capital. Conforme afirma Tanya Muller, responsável pelo Ecobici, “este programa é uma ação que permite aos cidadãos terem acesso às bicicletas. Cerca de 50% de todas as viagens diárias na Cidade do México são menores que 8 km. Então a bicicleta é muito eficiente. Além disso, há compartilhamento da Ecobici com o metrô e com o Metrobus.”
Além de economizar com estacionamento, gasolina e ainda não poluir, trocar o carro pela bicicleta é muito mais rápido no caótico trânsito da Cidade do México. A cidade conta com 100 km de ciclovias permanentes e, aos domingos, das oito às 14 horas, mais 24 km são reservados exclusivamente para as bicicletas circularem pelo centro histórico da capital mexicana. São 90 estações distribuídas nos bairros da cidade.


Outra ação bastante importante na Cidade do México com relação à mobilidade é o Metrobus. São ônibus que circulam por corredores exclusivos e os carros não conseguem invadir este espaço, pois ele é separado por muretas de concreto. Enquanto o trânsito de veículos está parado, os ônibus circulam livremente, tornando o transporte público muito atrativo.
Segundo dados das autoridades mexicanas, a adoção do Metrobus, em 2005, contribui com a não emissão de 80 mil toneladas de dióxido de carbono por ano, pois um único Metrobus substitui 60 carros particulares e para cada linha de Metrobus, 600 microônibus saem de circulação.
As vantagens do Metrobus fizeram a população mexicana preferir o transporte público e deixar o carro em casa. Por ser rápido e econômico, o Metrobus transporta 450 mil passageiros por  dia, em 50 km de extensão que cortam toda a cidade. Além disso, os mais de 200 km de metrô complementam as viagens de quem opta pelo Metrobus. “A ideia do Metrobus integrado é facilitar as viagens dos usuários, para reduzir o tempo de viagem. Mas o mais importante é que não usem os carros. Com o Metrobus, quase 15% dos usuários, cerca de 100 mil pessoas, já decidiram deixar o carro parado em casa. Mas a condição para que isso aconteça é ter um sistema público de qualidade”, conforme Guillermo Calderón, diretor do Metrobus.
Como a necessidade é a mãe da criatividade, quando a Cidade do México se viu no caos, e teve a necessidade de mudar, conseguiu implantar um sistema muito eficiente de transporte público e estimular os modais a pé e de bicicleta. As grandes cidades brasileiras já sofrem com a questão do trânsito pesado e da poluição e ainda há tempo de adotar medidas semelhantes às da Cidade do México - sem precisar sentir a ‘necessidade’ na pele. É mais vantajoso prevenir agora, enquanto ainda podemos respirar. E o puxão de orelha não é apenas para os governantes, que têm a missão de nos fornecer um transporte público de qualidade: cada cidadão tem, também, a responsabilidade de implantar a cultura da bicicleta e a cultura da não agressão ao meio ambiente.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Acidentes de trânsito

Segundo o Detran, em 1970 a motocicleta tinha uma pequena representatividade na frota brasileira: eram 62.459 motos registradas em um parque de 2,6 milhões de veículos, representando apenas 2,4% dos veículos. Em 2010, o número passou para 16,5 milhões, representando 25,5% do total de veículos.

Revista Bicicleta por Anderson Ricardo Schörner
22/11/2013
Acidentes de trânsito
Foto: 36clicks

As Nações Unidas proclamaram 2011/2020 como a Década de Ação pela Segurança no Trânsito. Essa iniciativa não foi em vão. Os números de acidentes nas estradas do mundo inteiro revelam uma violência estarrecedora, com mortes, lesões permanentes e grandes prejuízos aos sistemas de saúde. As recomendações para a década propõem considerar cinco pilares: melhorar a coordenação e capacidade de formulação de estratégias das entidades ligadas à seguridade no trânsito; infraestrutura viária mais adequada; maior segurança nos veículos; incentivar os comportamentos de segurança das diversas categorias de usuários e melhor atendimento aos acidentados.

A Organização Mundial da Saúde contabilizou cerca de 1,3 milhão de mortes por acidentes de trânsito em 178 países do mundo, em 2009. Acidentes de trânsito são a terceira maior causa de mortes de pessoas na faixa etária de 30 a 44 anos; a segunda na faixa de cinco a 14 anos e a primeira na faixa de 15 a 29 anos. No mundo, metade das vítimas são das denominadas categorias vulneráveis: pedestres, ciclistas e motociclistas. Em 2010, no Brasil, 2/3 das vítimas compunham as categorias vulneráveis.

As tendências nacionais mostram que houve uma queda significativa na mortalidade de pedestres, um pequeno aumento nas mortes de ciclistas, e um violento incremento na mortalidade de motociclistas.
Sem considerar as motos nos cálculos, teríamos uma redução de 18,7% na mortalidade no trânsito. Estes números denunciam os acidentes como motocicletas como principal impulsionador da violência no trânsito. 

Além dos acidentes fatais, cerca de 20 a 50 milhões sobrevivem com traumatismos e ferimentos. O custo global desses acidentes alcança a cifra de US$ 518 bilhões por ano.

Depois do acidente, a bicicleta

Aqueles que se acidentam de moto e ficam com sequelas permanentes, muitas vezes não podem voltar a pilotá-la. É neste momento que muitos despertam para a bicicleta, tanto como meio de transporte, como lazer e reintegração social.

Foi o que aconteceu com Marcelo Graciano, 36 anos, de São Francisco Xavier – SP. “Em outubro de 1998 eu sofri um acidente de moto. Fiquei 20 dias internado e tive que amputar o braço esquerdo”, relembra. Apesar da lesão, Marcelo virou a página e seguiu adiante. “É lógico que existem várias dificuldades, mas a gente aprende a viver com elas. A única coisa que não aprendi ainda foi amarrar o cadarço do tênis (risos)”, brinca.

Depois de mais de 10 anos, a bicicleta ressurgiu como uma opção de locomoção. “Andava muito de bike quando criança, mas com o tempo ela foi ficando de lado. Em 2010, comprei uma MTB por impulso. No outro dia, quando levantei, olhei para a bike e pensei: ‘O que eu fiz? Não estou nem andando a pé, como vou andar de bike’? Mesmo assim, comecei a dar umas voltas, fui gostando, e continuei a pedalar até hoje, cada vez mais. Uso a bike no dia a dia, ando em média de cinco a seis vezes por semana, somando um total de mais ou menos 200 km semanais, treinando para competições”, afirma Marcelo, que hoje defende a equipe Cabral Bike Shop na categoria especial.

“Acho que se não tivesse perdido o braço, nunca teria entrado no mundo do MTB. A bike trouxe inúmeros benefícios para a minha vida, além de melhorar a autoestima e a confiança, o esporte traz o sentimento muito favorável de que podemos realizar muitas coisas”, finaliza o ciclista.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Começando a pedalar

Qualquer pessoa pode se aventurar no ciclismo. Para isso não é preciso ter uma superbike: veja algumas dicas para não se intimidar com as brincadeiras dos colegas com relação à sua bike mais velha ou pesada, nem com as distâncias.

Revista Bicicleta por Vitaly Costa e Silva
04/12/2013
Começando a pedalar
Foto: Shutterstock

Uma tema bastante interessante aos bikers é a questão das primeiras pedaladas, principalmente as mais longas. Nos grupos de ciclistas espalhados por aí, volta e meia este tema está em discussão, pois sempre tem gente nova chegando: garotas e garotos curiosos, senhores querendo melhorar sua condição física, bikers recém-chegados nas cidades e outros de todo tipo. Para que esses novos ciclistas não se sintam intimidados, vale relembrar algumas dicas para você que já é experiente, e para você que está começando agora.

Para quem já pedala

Ajude o próximo: o estreante chega cheio de dúvidas e receios, muitas vezes não entende muita coisa sobre o equipamento, sobre os caminhos etc., portanto, os mais experientes devem auxiliá-lo. Lembre-se de que você também começou um dia, ou seja, nada de tentar se dar bem em cima de quem está começando.

Nunca deboche do equipamento alheio: esta é uma prática que já deveria ter sido abolida. Ninguém usa um equipamento de baixa qualidade por puro sadomasoquismo e nem todo mundo pode comprar aquela superbike de luxo, apesar de todos terem o direito de sonhar com uma. Lembro de que quando comecei, e isso não faz muito tempo, pedalo há apenas dois anos, eu usava uma bike super pesada, com 17,5 kg, com 21 marchas ruins e pneus velhos. Era um verdadeiro tanque de guerra atolado na lama, mas foi com ela que comecei, com ela que passei meus primeiros apertos, fiz meus primeiros ajustes e aprendi os primeiros macetes. Cheguei a ouvir algumas piadinhas, mas no geral eu recebia incentivos, muitos incentivos, do tipo: “caraca muleque, tu é corajoso de encarar a trilha com essa bike”, ou “tu tá pedalando bem hein? Quando comprar uma bike de verdade então…”. Enfim, incentive e oriente seus novos parceiros(as) a adquirir equipamentos que tragam mais qualidade e conforto às pedaladas, mas nunca os menospreze.


Para quem está começando

Não precisa comprar uma superbike logo de cara: bicicletas luxuosas, equipadas e ultraleves são sonhos de qualquer um, mas sonhos caros; se você está começando, peça dicas aos seus parceiros de pedal ou a um vendedor de confiança. Se puder, compre uma bike mediana. Talvez numa bike mais barata a gente sinta mais confiança para aprender a fazer ajustes e se preocupe menos com tombos, arranhões no quadro e possíveis peças quebradas.

Não minta: se você está começando, diga que está começando. Nunca, mas nunca mesmo, minta sobre isso. O grupo que está lhe recebendo certamente vai adequar a pedalada às necessidades de quem está começando. Geralmente, os grupos já têm marcados os dias e horários das pedaladas mais leves ou mais pesadas. O perigo de mentir sobre isso é passar um baita aperto num passeio inicial. Já vi gente que nunca mais quis subir numa bicicleta por causa disso. Cabe aqui até um “causo”: certa vez, eu e um colega de trabalho estávamos conversando sobre as últimas pedaladas quando um conhecido se aproximou e comentou que também pedalava e que gostaria de nos acompanhar. 

Prontamente combinamos com ele um rolê para o fim de semana seguinte, mas não nos esquecemos de perguntar sobre a experiência e condições físicas dele, e a criatura respondeu que estava a pleno vapor, pedalando cerca de 70 km, três vezes por semana. Ok, ótimo, então. Nunca poderei provar se o cara mentiu ou não, a questão é que na primeira subida mais forte o bichinho já estava empurrando a bicicleta e no fim das contas quase morreu, parecia mais Cristo carregando a cruz do que um ciclista sobre uma bicicleta; nunca mais apareceu.

Acredite: eu sei que quando aquele vizinho lhe contou que pedalou 150 km num só dia, você achou aquilo impossível, impensável, chegou a espalhar para a vizinhança que o cara era um baita “caôzeiro”, ou achou que o cara tinha superpoderes, mas acredite, em condições normais qualquer um pode pedalar. Vai sofrer um bocado no começo, vai doer tudo, as costas, a cabeça, o pescoço, as nádegas, vai chegar em casa morto, vai ouvir os parentes te chamando de maluco, vai pensar em desistir. Mas seja perseverante, daqui a poucos meses você estará todo orgulhoso no trabalho tirando uma de super-herói. Há um ano e meio atrás eu postei todo feliz no Facebook uma foto do meu velocímetro marcando 30 km de distância! Em pouco tempo 30 km virou treino.

Participe de um grupo: o grupo tem comprovadamente imensa importância psicológica. Com o grupo você vai aprender mais e mais rápido. Faça perguntas, preste atenção. E, além disso, a galera não vai te deixar em paz. Naquele dia que bater a preguiça ou que estiver aquele frio desgraçado, fique tranquilo, vão começar a chegar mensagens no seu celular: “e aí furão, tá com medinho do frio?”
Treine: se começou e gostou, vai virar vício. Treinar será um prazer. Regularidade é a chave para acabar com as dores, com as dúvidas e até com as crises existenciais; sim, elas existem. Quem é que nunca entrou numa paranoia debaixo de sol quente no meio daquela subida “monstra”? (“O que é que eu estou fazendo aqui? Eu podia estar no meu sofá!”). Quem pedala sabe a diferença que faz aqueles dois treininhos de meio de semana.

Enfim, suba na bike e vá pedalar. Mesmo que sua bike seja aquele “camelinho” velho e pesado, mesmo que ache que não vai dar conta, que não saiba ajustar a magrela sozinho. Mesmo que já tenha tentado algumas vezes e tenha batido a tal paranoia. Mesmo que já tenha passado aquele aperto. Um dia você vai ver a felicidade que é chegar em casa acabado de cansaço e imundo, mas com um baita sorriso, com aquela cara de “eu consegui”.

Assaduras

Revista Bicicleta por Dr. Franklin Passos de Araújo Júnior
14/12/2013
Assaduras
Foto: aridav / Shutterstock

A pele é o maior órgão do corpo humano, totalizando aproximadamente 15% de seu peso. Representa o revestimento do organismo, isolando-o do ambiente externo. É formada por uma complexa estrutura de tecidos, a epiderme e a derme, estando adaptada a exercer diferentes funções, como proteção física, regulação da temperatura corporal, proteção contra a desidratação, fazendo parte do sistema imunológico e atuando no metabolismo produzindo a vitamina D. É um órgão sensorial, atuando na percepção da temperatura, pressão, dor e movimento.

A pele sofre ação de fatores que podem comprometer a sua integridade e no esporte, inclusive no ciclismo, esses fatores são maximizados, acarretando desde um simples desconforto até lesões mais severas.

As assaduras são relativamente comuns após a prática esportiva e ocorrem pela combinação do atrito, suor, pele sensível e comprometimento da resistência da pele. São caracterizadas por uma irritação – inflamação chamada dermatite – em certas áreas como a parte interna das coxas, virilha e períneo, notando-se uma vermelhidão, ardor ou mesmo dor local. A assadura é transitória e tende à cura espontânea com a interrupção da atividade física. Deve-se suspeitar de outra causa, por exemplo, uma micose, quando tende a persistir mesmo após a inatividade física, neste caso, recomenda-se uma avaliação com dermatologista.

Tratamento

Limpeza cuidadosa da pele, com água e sabão neutro.
Uso de antisséptico, de preferência uma solução aquosa de clorexedina, não alccólica e hipoalergênica para prevenção de infecções.
Pomada dermatológica à base de dexpantenol (vitamina B5).
Havendo infecção, recomenda-se a utilização de antibiótico tópico.

Prevenção

Manutenção da hidratação, elasticidade e integridade da pele através de produtos dermatológicos (A.G.E.: ácidos graxos essenciais, Chamois creme, dexpantenol).
Utilização de vestimenta adequada para a prática do ciclismo que assegure conforto, proteção, adequada aeração e rápida evaporação do suor.
Regulagem perfeita da bicicleta através de um bike fit.
Bons hábitos alimentares e boa hidratação.
Correta higiene corporal e limpeza das roupas utilizadas na prática do ciclismo.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Pressão dos Pneus

Nessa matéria, trataremos sobre a pressão ideal para os pneus da sua bicicleta.

Revista Bicicleta por Ronaldo Huhm
20/12/2013
Pressão dos Pneus
Foto: Alex Norkin

Para começar, você sabe o que é PSI? Essa é a unidade de medida mais utilizada no Brasil para a calibragem de pneus. A sigla significa Pound Force per Square Inch, ou Libra Força por Polegada Quadrada, que é a resultante de uma força aplicada a uma área de uma polegada quadrada. É a unidade de medida de pressão padrão da indústria inglesa e americana.

Qual a calibragem correta?

Engana-se quem acredita que quanto mais cheio o pneu, mais a bicicleta vai render. O pneu precisa absorver as irregularidades do solo, oferecer tração e ao mesmo tempo manter o conforto para o ciclista. Quando for calibrar o seu pneu, considere o tipo e tamanho do pneu, peso do ciclista e bicicleta somados, e as condições do terreno. Sempre que for rodar com a sua bicicleta, verifique a calibragem e, caso necessário, calibre com a pressão indicada para seu peso, condição de uso e tipo de pneu.

Excesso de pressão

Uma bicicleta com o pneu muito cheio tende a perder contato com o solo em trechos irregulares e nas curvas. Outro ponto sacrificado é o conforto, a bicicleta vibra e a condução é comprometida. Também está propenso a danos nos pneus causados por pedras afiadas e perigos semelhantes da estrada. Mas há, sim, alguma vantagem quando rodando em uma superfície ultralisa, como a de um velódromo.

Pneu murcho

Um pneu muito murcho terá maior resistência de rolamento. Também estará mais propenso a furar: é o tipo de furo que chamamos de snake bite, ou seja, picada de cobra, devido ao formato do furo pelo impacto do aro contra a câmara. Um pneu murcho pode até sair do aro durante as curvas. Este é um problema particular com pneus largos em aros estreitos.

Os pneus com calibragem ideal

Com a calibragem correta, o pneu terá resistência ideal de rolamento. Um pneu inflado corretamente não terá as “picadas de cobra” em uso normal. Também irá absorver melhor as irregularidades da superfície do terreno, melhorando o conforto do piloto. Absorvendo as irregularidades da superfície, ele não irá quicar nem perder a tração.

Indicação na banda

Não se engane com a informação na banda lateral do pneu, que indica a pressão máxima recomendada. Este número informa a máxima pressão que o pneu irá suportar, porém, considere que os pneus durante o uso irão se deformar e a pressão varia com o calor, impactos e peso do conjunto bicicleta, ciclista e carga.

Ferramentas

Você precisa de uma aferidor de calibragem, mas também pode utilizar o manômetro da bomba infladora. Uma dica bacana é um aplicativo da tradicional marca italiana de pneus Vittoria, que pode ser baixado para IOS ou Androide no link www.vittoria.com/tech/recom-tyre-pressure/.

Principais tópicos sobre pneus

Para escolher a pressão precisamos saber:
Quão fina é a TPI (Thread per Inch), que é a trama do pneu. Ou seja, o quanto flexível é a carcaça do pneu. Quanto mais alto o TPI, maior a pressão possível.
Qual a construção: Clincher é menos flexível e sofre mais de histerese (fricção interna) do que um tubular, portanto suportando maior pressão. Tubeless pode usar pressão menor, pois não corre risco de ‘pinch flat’/snake bite.
Peso total do sistema: quanto mais pesado bike e ciclista, maior a pressão necessária para ‘sustentar’ o peso. Por isso que colocamos uma pressão maior nos pneus de nossos carros quando viajamos com ele cheio.
Condições climáticas e do piso – com chuva temos menos aderência, por isso precisamos de uma área de contato maior, que se obtém com uma pressão menor (pneu menos cheio). Em pisos muito irregulares, um pneu ‘duro’, ou seja, muito cheio, com pressão muito alta, irá ficar menos tempo em contato com a superfície e com isso perderá tração.  Ou seja, perdemos desempenho e conforto!
Para MTB, a largura do pneu: a largura do pneu afeta o volume de ar interno, o que afeta diretamente a pressão. Como no MTB a largura do pneu varia muito mais, isso tem de ser considerado. Para estrada, o efeito é menor, a não ser que se esteja comparando um pneu 19C de pista com um 28C de granfondo/treino. Quanto mais largo o pneu, menor a pressão a ser usada, pois maior será o volume de ar dentro do pneu.
A função principal do pneu é manter a bicicleta o máximo possível em contato com o piso. Por isso que a roda de madeira foi substituída pelo pneu de borracha: não só para conforto, mas para desempenho.
O pneu tem que deformar para criar uma área de contato maior.
O pneu tem que deformar para absorver pequenas irregularidades do piso e manter a bike em contato com o chão, fazendo com que toda a força exercida pelas pernas seja direcionada a propulsionar a bike para a frente!
A pressão muda conforme o pneu deforma: apenas para reforçar que jamais se deve usar uma pressão próxima da máxima escrita na lateral do pneu.
E último, mas não menos importante: a preferência pessoal. Algumas pessoas preferem uma bike um pouco mais dura, mais agressiva, e outros preferem um pouco mais macias. Às vezes uma bike com entre-eixos mais curta, que é mais ‘arisca’, pode ser amansada com uma calibragem um pouco mais baixa.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A evolução das “magrelas”

Ciclogiro comercializa com exclusividade em Minas Gerais bicicleta elétrica produzida pela Dafra Motos; esforço realizado na utilização da e-bike pode ser minimizado em até 100% em comparação com as bikes comuns


A evolução das “magrelas”
Foto: Divulgação

Belo Horizonte, janeiro de 2014 - Realizar as tarefas diárias como ir às compras ou mesmo ao trabalho utilizando um meio de transporte alternativo como a bicicleta ainda não é uma prática tão comum na capital mineira. Devido ao esforço exigido durante os trajetos, muitas pessoas optam por não usá-la por acharem incômodo chegar ao destino cansadas e transpirando. Uma alternativa que promete acabar de vez com esse entrave é a popularização das bicicletas elétricas, conhecidas também como e-bikes, que já são sucesso pelo mundo.

Segundo a Associação da Indústria de Duas Rodas, no topo do ranking está a China com 95% das aquisições de bikes elétricas. O estudo mostra que o mercado brasileiro deverá também crescer devido à queda dos preços com a produção nacional de parte do material utilizado na fabricação do produto. De acordo com a Pike Research, empresa de pesquisa de mercado americana, entre os elétricos, os veículos de duas rodas deverão vender mais do que os de quatro rodas nos próximos anos e as bicicletas elétricas corresponderão a 56% desse total.

A Ciclogiro aposta nesse crescimento e passa a comercializar, pioneiramente no Estado, dois modelos (e-bike VX; e-bike VL) das primeiras bicicletas elétricas produzidas pela Dafra Motos, indústria de motocicletas presente em mais de 160 cidades e com mais de 200 concessionárias espalhadas pelo Brasil.

De acordo com o sócio da Ciclogiro, Gustavo Trindade, o esforço realizado na utilização da e-bike pode ser minimizado em até 100% em comparação com as bikes comuns, por isso, ela é tão propícia para o transporte diário. A bike funciona com uma bateria que fornece energia para um motor de indução elétrico, que possui autonomia média de até 35 km e seis níveis de assistência ao pedal. “Essas características são essenciais para que a locomoção se torne ainda mais prazerosa. Fizemos várias pesquisas para avaliar qual marca deveríamos comercializar e a Dafra apresentou um grande diferencial: o posicionamento do motor na roda traseira do veículo. Isso é de extrema importância para não provocar instabilidade e derrapagens que geralmente acontecem com as bicicletas que têm o motor instalado na roda dianteira”, afirma.

A e-bike oferece ainda equipamentos de série como cesto dianteiro, espelho retrovisor, computador de bordo, farol dianteiro e traseiro de LED, buzina elétrica, bagageiro e pneus slick desenvolvidos para rodar na cidade. A velocidade máxima (com assistência do motor) é de 25 km/h e a manutenção mecânica da bike pode ser realizada na própria Ciclogiro. O motor e a bateria elétrica possuem garantia e assistência na rede de concessionárias Dafra. Os preços variam entre R$ 2.399,00 e R$ 2.999,00 e a garantia é de um ano.

Características Vex By Dafra - Modelo VX
Bateria de chumbo 36V / 12Ah
• Potência 250W
• Autonomia média de até 35 Km
• Velocidade máxima de 25Km/h
• 3 níveis de assistência ao pedal
• Quadro em Aço
• Rodas aro 26”
• Câmbio Shimano SIS Tourney TX 7 velocidades
• Passador Shimano SIS (Rapid fire)
• Freios V-Brake
• Assento Traseiro

Características Vex By Dafra - Modelo VL
Bateria de Lítio 36V / 10Ah
• Potência 250W
• Autonomia média de até 35Km
• Velocidade máxima de 25Km/h
• 6 níveis de assistência ao pedal
• Quadro em Alumínio
• Rodas aro 26” aero parede dupla
• Suspensão dianteira ZOOM
• Câmbio Shimano SIS Tourney TX 7 velocidades
• Passador Shimano SIS (Rapid fire)
• Freios Disco / V-Brake
• Assento Traseiro

Serviço:
Ciclogiro Bicicletas e Acessórios
Endereço: Rua Major Lopes, 14 - São Pedro, Belo Horizonte - MG
Telefone: (31) 3281-6833

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Ciclista quer pedalar 1 milhão de quilômetros


Ciclista quer pedalar 1 milhão de quilômetros
Foto: Fabiano Arruda/G1 MS

O ciclista Vinicius da Silva, de 28 anos, adicionou Campo Grande à lista de mais de 4 mil municípios percorridos pelo Brasil de bicicleta. De passagem pela capital sul-mato-grossense, ele conta que quer permanecer três dias para recarregar as energias e voltar para casa, em Macapá, onde não aparece há quatro anos.

Depois, Silva vai buscar um sonho: iniciar ainda em 2014 uma viagem para Washington, nos Estados Unidos, e ultrapassar 1 milhão de quilômetros pedalados até 2027.

"Quero entrar para o Guiness [livro dos recordes]", disse ao G1. O aventureiro diz que já percorreu os 27 estados brasileiros, além de países como Uruguai, Peru, Colômbia, Chile e México. Ele conta que já tem 90 mil quilômetros rodados desde que começou sua jornada aos 13 anos de idade.
A história com a bicicleta e o desejo de romper fronteiras em duas rodas começou por uma tragédia familiar. Criado por uma família que o encontrou em uma caixa de sapatos, ele conta que perdeu os pais adotivos em 1999 após um naufrágio de um navio em Macapá. Sem ter para onde ir, ele ficou na casa de um amigo.

"Foi ele [amigo] quem me deu a primeira bicicleta. Tenho orgulho porque, diante de tudo que aconteceu comigo, não me entreguei às drogas ou à marginalidade. Minha paixão é pedalar", disse.
A partir de então, garante que nunca mais abandonou a bicicleta, que carrega barraca, roupas, comida, produtos de higiene, itens para conserto da bicicleta, marcador de quilometragem, farol e câmera fotográfica, itens indispensáveis nas viagens.

Vinicius afirmou que não tem patrocínio e vive de doações. "Quando sobra alguma coisa, durmo em alguma pousada para descansar melhor", relatou.

Para sair pedalando estradas a fora, o rapaz diz não ter medo de percalços que possam surgir, como bichos nas estradas, mas revela um temor capaz de tirar seu sono.

"Tenho medo do homem. Fui assaltado 23 vezes. Levaram bicicleta, computador, bagagem, GPS. A bicicleta que estou é a 30ª que tenho, mas não vou desistir", disse o jovem, que já trabalhou como fotógrafo e cinegrafista.

Além de viajar até a cidade onde fica a Casa Branca, o ciclista revela ter outro sonho: o de conhecer os pais biológicos. "Não faço ideia de quem sejam ou de onde moram".

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Protótipo de pedal da Shimano para MTB

A Trek anunciou hoje uma nova bike de carbono para cyclocross. Na foto de apresentação da bike, um novo pedal da Shimano para MTB foi visto.

pedal

O site Bike Radar que reparou nessa mudança do formato do pedal, que apesar de ser bem semelhante ao modelo XTR atual, ele possui uma área menor de contado com a sapatilha na base do pedal. Isso faz com que, pelo menos em teoria, ele tenha um melhor desempenho na lama. Uma vez que as aberturas para passagem da lama são maiores.

Ainda não existe uma confirmação oficial da Shimano. Então não se sabe se é um modelo específico para a Trek ou entrará no catálogo de produtos disponíveis para o público!

Lush: A bicicleta da Trek feita especialmente para mulheres


As bicicletas com geometria específica para mulheres estão se tornando uma grande tendência. O que é ótimo para dar uma perfumada nesse esporte cheio de macho!

A Lush é a bike da Trek que foi desenvolvida para mulheres e a empresa mandou a nova integrante da sua equipe, a Adriana Nascimentopara testar a bicicleta! Vejam como foi o teste.
Teste – Fonte Marketing Trek
Testada e aprovada pela Adriana Nascimento - vejam o depoimento do primeiro pedal dela com a bike!
Maridos e namorados: preparem-se que elas vão pedir!
“Trek Lush 29 reinventando o meu Mountain Bike!
Escolhi logo um percurso bruto com 2.142 m de ascensão acumulada e uma descida alucinante de 7 km em single track para estrear e tirar qualquer duvida sobre a Lush, uma trail bike que a Trek desenvolveu especificamente para as meninas.

Trek_Lush_Teste

Com geometria bem acertada para uma aro 29, a minha tem quadro de alumínio tamanho 15,5″, canote de selim hidráulico com controle no guidão, suspensão dianteira com curso de 120 mm e suspensão traseira 6,75 X 1,75″, o que significa confiança, estabilidade e controle total da bike na trilha. Confesso que sai de casa com receio das 5 a 6 horas de pedal e da longa subida de serra com uma bike que pesa 13,4 kg.

Trek_Lush_Teste_01

Mas esse receio foi pura falta de conhecimento sobre a proposta desse modelo de bike, porque sempre priorizei a alta performance em competições. A relação 30 velocidades e a possibilidade de travar totalmente as duas suspensões permite enfrentar longas subidas com muita tranquilidade, e ao final do percurso fiquei surpresa porque o desgaste físico foi muito inferior ao que eu pensava. Já o desempenho nas trilhas técnicas, a velocidade e a estabilidade nas descidas foi sensacional!”
Mais detalhes da Lush em:http://www.trekbikes.com/br/pt/bikes/mountain/singletrack_trail/lush_29/
Mais bikes femininas em: http://www.trekbikes.com/br/pt/collections/womens

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Dica: Furou pneu e não tem câmara de ar? Três formas de ir para casa mesmo sem câmara de ar reserva

http://www.praquempedala.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/01/Furo-290x290.png
O Canal Global Cycling Network fez mais um excelente vídeo com três dicas de como conseguir “se virar” em caso de furo, mesmo sem câmara de ar reserva.
O importante é sempre levar câmara de ar reserva e se possível um kit de remendo. Mas muitas vezes só levamos a câmara de ar reserva. No caso de acontecer mais de um furo no pedal, você pode ficar na mão. Existem três alternativas caso isso aconteça:

1 – Técnica do nó
Encha a câmera e descubra onde está o furo. Esvazie-a novamente e dê um nó na câmara o mais próximo do furo possível e aperte bem. O nó deve evitar do ar ir até o buraco, dessa forma você conseguirá encher o pneu. Coloque no máximo 60 libras após dar o nó.
2 – Técnica do nó duplo
Caso a câmara tenha se cortado, talvez a técnica do nó único não funcione, então você precisara usar a técnica do nó duplo. Corte a câmara onde tiver o furo utilizando a coroa da bike. Após cortar a borracha, dê um nó em cada ponta da câmara e a coloque novamente no pneu. Assim como na primeira dica, não coloque mais do que 60 libras na hora de encher.
3 – Mato
Se nenhuma das técnicas funcionar, procura algum lugar que tenha grama ou capim e coloque o máximo possível de capim dentro do pneu para dar um pouco de consistência a este.
Essa deve ser uma solução de último caso, uma vez que o pneus ficará extremamente irregular e com pouca consistência.
ATENÇÃO
Todas essas soluções são emergenciais, então, se precisar utiliza-las, volte para casa imediatamente após o conserto!

domingo, 22 de setembro de 2013

"CAIXA-PRETA" paar Bicicletas.


Olha que ideia interessante! Esse pessoal desenvolveu uma espécie de “caixa-preta” para gerar provas para o ciclista em casos de atropelamento.

O produto se chama RidEye e é uma câmera que tem um funcionamento diferente das GoPros da vida… Apesar de ela também gravar em HD, como as outras câmeras, o objetivos dela não é registrar vídeos aleatórios e sim em casos de acidentes.

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A camera automaticamente vai apagando os vídeos que você vai gravando e gerando espaço para novos vídeos. Ela só guarda o vídeo em caso de impacto (o aparelho tem um acelerômetro que percebe impactos fortes) ou se você apertar esse botão que tem em cima da máquina.

As grandes baterias que tem dentro da carapaça feita de alumínio de aviação, duram aproximadamente um mês para pessoas que andam cerca de uma hora por dia ou 24 horas de filmagem ininterrupta. As baterias são recarregáveis via USB.

Rideye_02

O interessante, é que em caso de impacto. O arquivo de vídeo além de ser guardado, fica protegido para que alguém não possa apaga-lo… Achei a ideia fantástica! Em casos infelizes de atropelamentos ou qualquer tipo de problema, o ciclista terá uma evidência contra o atropelador.
O produto ainda é um protótipo e está em fase de financiamento coletivo no KickStarter. Clique aqui para ajudar e encomendar o seu!

sábado, 21 de setembro de 2013

Dicas para Manter sua Bike como Nova

“É melhor prevenir do que remediar” - Com certeza você já ouviu essa máxima. Na coluna palavra do mecânico, veja o que os “doutores da bike” indicam para evitar uma “intervenção cirúrgica” na sua magrela.

Publicado na Revista Bicicleta em 15/10/2012
 
Dicas para Manter sua Bike como Nova
Foto: Thinkstockphotos

Iniciando as matérias que tratam de manutenção, vamos mostrar alguns cuidados para manter a bicicleta sempre em bom estado. Estas dicas são baseadas nas perguntas mais frequentes das pessoas que adquirem uma bike.

Retoque danos na pintura imediatamente para prevenir corrosão. Se você não encontrar uma tinta na cor que combine, use um esmalte de unhas com uma cor próxima ou uma base transparente.
Cole um pedaço de fita isolante no chainstay direito (tubo de baixo da corrente) da bike para prevenir que a corrente danifique a pintura e também diminuir o barulho que ela provoca quando bate no quadro. Uma opção é ir a uma loja especializada e comprar um protetor de quadro apropriado.
Semanalmente, verifique se as sapatas de freio têm algo preso na sua superfície que poderão desgastar prematuramente os aros (pedaços de alumínio, grãos de areia). Retire-os com uma faca ou objeto pontiagudo.

Se você usa a bike com bastante frequência, faça revisões periódicas.
Uma cobertura de cera ajuda a manter a bike limpa. Use cera automotiva líquida para isso. Cuidado com os freios a disco, não os encere.

Antes de sair para pedalar, confira se os pneus estão calibrados (a pressão de uso está sempre marcada na lateral do pneu). Andar com eles murchos pode danificar o aro, a câmara e até o pneu.
Se você carrega um cadeado/trava na bike, não os deixe simplesmente pendurados no guidão ou enrolados no canote de selim, pois eles vão balançar enquanto pedala e vão danificar a pintura da bike. Use o suporte apropriado que costuma acompanhar estes acessórios, ou carregue-os na mochila.
Bikes novas costumam ter uma garantia de loja para uma regulagem da transmissão e dos freios (estes componentes costumam desregular nas bikes novas nos primeiros dias). Use este check-up gratuito, pois é importante para garantir um funcionamento adequado e a durabilidade dos componentes.

Se você tiver que estacionar a bike ou até mesmo deixá-la no chão, tente deixar o lado direito para cima, a fim de proteger a transmissão, principalmente o câmbio traseiro, que pode acabar danificado, fazendo as marchas “pularem”. Ao mesmo tempo, se sua bike tem freios a disco, cuide para não encostar o rotor (disco) em nada, de forma a não o entortar.

Andar de bike na chuva é até legal de vez em quando, mas seque a bike assim que chegar em casa e se possível, aplique um pouco de óleo na corrente para não enferrujar e danificar o componente. Se foi na trilha e pegou lama, leve a bike a uma oficina especializada que vai saber o que fazer nestes casos.

Nunca encoste ou estacione a bike de forma que o quadro fique tocando na parede, rack ou suporte. Os tubos da bike têm paredes finas e poderão amassar ou danificar a pintura. Se tiver que encostar a bike, apoie pelo selim e guidão. A maioria dos suportes segura a bike pelas rodas.
Evite emprestar sua bike para outras pessoas andarem. Elas podem não ter o mesmo cuidado que você com a bike e acabar danificando algo.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Projeto leva bicicleta adaptada para deficientes visuais a Aracaju

Bicicleta ODKV foi desenvolvida pela ONG Embrião no Rio Grande do Sul. Iniciativa foi lançada pelo vereador Lucas Aribé na manhã desta terça (10/09)

Por G1 SE
Projeto leva bicicleta adaptada para deficientes visuais a Aracaju
Projeto ODKV foi lançado pelo vereador Lucas Aribé que é deficiente visual
Foto: Divulgação

Andar de bicicleta pode ser uma ação comum para a grande maioria das pessoas, entretanto, nem todos podem aproveitar as mesmas sensações, a exemplo das pessoas com deficiência visual. Pensando nisso, a Organização Não-Governamental Embrião, da cidade de Alvorada, no Rio Grande do Sul, desenvolveu a bicicleta ODKV (O de cá vê). Trata-se de duas bicicletas adaptadas para uso em conjunto. O projeto foi trazido para Aracaju (SE) pelo vereador Lucas Aribé (PSB), que é deficiente visual, e fez o lançamento na manhã desta terça-feira (10).

"Nosso contato com a ONG Embrião foi proveitoso e por isso tivemos a ideia de trazer o trabalho deles para Aracaju", afirmou.

O vereador saiu do seu gabinete, localizado na Rua Itabaiana, nº 390, e partiu para a Câmara Municipal de Aracaju, no Centro da capital, ao lado do professor de Educação Física que desenvolve trabalhos específicos com pessoas com deficiência, Charles Grazienio. "Apesar de ser um caminho curto, fiquei muito feliz com o resultado do trabalho e com a sensação de poder usar a bicicleta como tanta gente faz", disse Aribé.

Responsável pela pesquisa inicial, o professor Charles Grazienio também ficou muito satisfeito com o resultado. "É uma emoção muito grande ver todo o nosso trabalho pronto com a bicicleta. Pesquisei durante um ano e meio, apresentei a Lucas Aribé e através dele pude conhecer esse trabalho da ONG Embrião. Vê-la nas ruas só pode significar felicidade. É mais uma oportunidade para as pessoas com deficiência", ressaltou. Foram quase três meses de produção da primeira bicicleta ODKV do Norte-Nordeste.

O intuito do projeto da bicicleta ODKV é ser propagado pela sociedade."Vamos procurar parcerias para a fabricação de outras bicicletas como essa. Ao lado do professor Charles Grazienio, pude voltar à infância, quando ainda tinha um pouco da minha visão, e andar de bicicleta", destacou o vereador.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A primeira trilha

Dicas para ajudar você que nunca fez trilhas de bicicleta a ter um conhecimento desta atividade. Geralmente no início o mountain bike se torna uma grande brincadeira, mas com o tempo verificamos que ele é uma opção apaixonante para melhorar a qualidade de vida.

Publicado na Revista Bicicleta em 18/09/2013
 
A primeira trilha
Foto: Raphael Daniaud

Se você está pensando em se aventurar na sua primeira trilha, deve tomar cuidado desde a compra da bicicleta. A escolha da bike nem sempre é a mais correta; devido a uma gama de informações, os iniciantes se apegam pela beleza e não possuem conhecimento da parte técnica de uma bike para a prática do mountain biking, em que sua performance estará relacionada diretamente ao seu equipamento o tempo todo.

Antes da compra, o melhor a fazer é obter o máximo de informações, a fim de economizar tempo e dinheiro. Jamais compre sua mountain bike em supermercados na esperança de fazer economia, pois o barato sai caro! Hoje em dia, a tecnologia e o aprimoramento das bicicletas é cada vez maior. O valor mínimo de uma bike ideal encontrado para pessoas que queiram iniciar no esporte é na faixa de R$ 1.500,00, e pode variar até R$ 40.000,00! Isso depende da condição financeira de cada atleta, porém, aqui vai uma dica: bikes geralmente abaixo do valor mínimo não costumam aguentar o tranco!

As lojas especializadas têm pessoal com conhecimento para lhe orientar sobre a escolha de uma bicicleta, algo que envolve diversas considerações, desde o tamanho do quadro e a geometria da bicicleta até as diferenças entre os componentes, sempre tendo em vista a finalidade do equipamento. Esses detalhes são importantes, pois senão aquilo que parece ser perfeito para a sua saúde pode se tornar um vilão; um posicionamento errado poderá trazer lesões graves para a prática da atividade e você não terá o rendimento esperado.

A preocupação com a segurança é inevitável em qualquer prática esportiva, e no mountain bike não é diferente: você precisa estar atento aos seus equipamentos individuais e também à segurança de todos que estiverem na trilha. Os equipamentos básicos para uma pedalada segura são luvas, capacete e óculos de proteção. Estes são indispensáveis para a sua segurança. É muito importante o uso correto destes equipamentos, pois se eles não estiverem bem ajustados, podem incomodar durante a pedalada. 

O grupo de pedal que você irá participar também é um dos fatores que mais irão lhe incentivar a praticar essa modalidade esportiva. É nele que você terá uma socialização com pessoas que têm interesse em comum com você, buscando o esporte como alternativa de qualidade de vida. Dessa forma você terá a oportunidade de realizar uma atividade que lhe permite curtir a natureza com amigos. Sempre que for sair para um pedal com a galera tente buscar o maior número de informações sobre o passeio que irão fazer, para que você não seja pego de surpresa e seu passeio se torne um sofrimento. Procure saber o que seus companheiros levam para beber e comer, e os materiais que costumam ser utilizados durante a trilha.

Com esses cuidados, você pode seguir adiante nesta atividade maravilhosa, que trará benefícios duradouros para a sua saúde física e psicológica.

O Que Levar Para A Trilha

  •  Água em garrafinhas ou caramanholas presas ao quadro, ou mochilas de hidratação (a quantidade depende da duração da trilha);
  •  Alimentos: barras de cereal, sachês de carboidrato em gel, frutas, biscoitos;
  •  Câmara de ar, bomba de ar, kit remendo (lixa, remendos, cola e espátulas), canivete de chaves;
  •  Óleo lubrificante da corrente, para uma possível reaplicação durante a trilha – em situações com muito barro, água ou areia, é bastante recomendável;
  •  Saca-corrente: reparar uma corrente partida também é algo relativamente simples e pode ser explicado por alguém que já tenha feito a troca;
  •  Documentos, dinheiro, celular: apenas o estritamente necessário e embalado em um plástico impermeável, a salvo do suor e de uma possível chuva. Um celular pode ser fundamental em emergências;
  •  Antes de sair de casa faça um check-list, verifique a calibragem dos pneus e o aperto das blocagens, verifique os freios para não ficar sem eles no meio da trilha. Saia sempre com a corrente lubrificada.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Desculpe meu amigo, eu não vi você!

Desculpe amigo, eu não vi você. Essa é uma frase pronta usada por motoristas em todo o lugar. Seriam estes motoristas descuidados e perigosos, ou eles realmente não viram você?

Publicado na Revista Bicicleta, Publicado originalmente por Andreas, em www.londoncyclist.co.uk Adaptado por Artur Berberian Filho em 13/08/2013.
Desculpe meu amigo, eu não vi você!
Foto: Comstock Images;
De acordo com um relatório de John Sullivan, da RAF (Royal Air Force, ou Força Área Real da Grã-Bretanha), a resposta pode ter repercussões importantes para a forma de treinar motoristas e para que os ciclistas andem seguros nas ruas.

John Sullivan é um piloto com mais de 4.000 horas de vôo em sua carreira e além de ser um ciclista entusiasta ele também é um investigador de acidentes. “Pilotos têm que lidar com velocidades de mais de 1.600 km/h. Quaisquer falhas são analisadas de perto para extrair lições que podem ser de uso diário”, diz John.

Nossos olhos não foram projetados para dirigir

Nossos olhos, e da maneira que nosso cérebro processa as imagens que eles recebem, são muito adequados para desviarmos de um animal correndo ou que esteja em nosso caminho em baixa velocidade.
Mas estas ameaças estão em grande parte desaparecendo e foram substituídas por veículos viajando em nossa direção em altas velocidades. E para isso, nós ainda não estamos adaptados para lidar.

Por que?

A luz entra nos nossos olhos e cai sobre a retina. Em seguida, é convertida em impulsos elétricos, que o cérebro percebe como imagens. Apenas uma pequena parte da sua retina, o bit chamado centro da fóvea, pode gerar uma imagem de alta resolução. É por isso que temos de olhar diretamente para alguma coisa, para ver detalhes.

O restante da retina não reflete imagem de alta resolução, mas contribui adicionando a visão periférica. No entanto, apenas 20 graus longe de sua linha de visão, sua acuidade visual é de cerca de 1/10 do que é no centro.

Tente fazer este teste e veja a quantidade de detalhes que você perde em sua visão periférica:

1. Fique a 10 metros de distância de um carro.
2. Mova os olhos e olhe apenas a largura do carro para a direita ou para a esquerda.
3. Fixando o seu olhar na esquerda ou na direita, tente ler os números da placa do carro.
4. Tente novamente o teste a 5 metros de distância.

O teste mostra muito bem como os pequenos detalhes não são capturados pelos olhos. Isso não quer dizer que não podemos ver algo em nossa visão periférica - é claro que podemos! Quando você se aproxima de um cruzamento, você perceberia rapidamente um caminhão enorme que está se aproximando, mesmo com o canto do olho – obviamente sendo um  objeto maior, o mais provável é vê-lo. Mas você poderia ver uma moto ou um ciclista?

Para ter uma boa chance de ver um objeto em rota de colisão, precisamos mover nossos olhos e, provavelmente, a cabeça, para trazer o objeto para o centro da nossa visão - para que possamos usar a nossa visão de alta resolução da nossa fóvea para resolver o detalhe.

Quando você move sua cabeça e olhos para digitalizar uma cena, seus olhos são incapazes de mover-se suavemente e registrar tudo. Em vez disso, você pode ver na imagem em uma série de saltos muito rápidos com pausas muito curtas e é só durante as pausas que uma imagem é processada.
Seu cérebro preenche as lacunas com uma combinação de visão periférica e uma suposição de que o que está nas lacunas deve ser o mesmo que o que se vê durante as pausas.

Isso pode parecer loucura, mas, na verdade, seu cérebro bloqueia a imagem que está sendo recebida, enquanto seus olhos estão se movendo. É por isso que você não vê o tipo de imagem borrada, que você vê quando olha para o lado de fora de uma janela do trem. A única exceção a isso é se você quiser acompanhar um objeto em movimento.


Outro teste para fazer, se você não está convencido:

1. Olhe para um espelho.
2. Olhe repetidamente de seu olho direito para seu olho esquerdo.
3. Você pode ver seus olhos se movendo? Você não pode.
4. Repita o teste com um amigo e repare. Você vai ver os olhos dele se movendo muito acentuadamente.

Você não pode ver os seus próprios olhos se moverem porque seu cérebro desliga a imagem no instante em que seus olhos estão se movendo. 

No passado, isso serviu-nos bem. Isso significava que podíamos nos aproximar de animais sem que o nosso cérebro fosse sobrecarregado por detalhes desnecessários e muitas imagens desfocadas inúteis.
No entanto, o que acontece quando o sistema é colocado em uso em uma situação moderna, como um cruzamento de tráfego? Por que perdemos motos e bicicletas?

Em um cruzamento de tráfego todos, até o pior dos motoristas, vai olhar em ambas as direções para verificar o tráfego. No entanto, é perfeitamente possível para os nossos olhos "pular" uma bicicleta ou uma moto que se aproxima. Quanto menor for o veículo, maior será a probabilidade de ser despercebido.

Isto não é caso de um motorista descuidado, é uma incapacidade humana de não ver durante uma observação muito rápida. Daí a razão para tantos "Desculpe amigo, eu não vi você".

Quanto mais rápido você move sua cabeça, maiores os saltos e menor as pausas de imagens. Portanto, você tem mais uma chance de “perder” um veículo. Além disso, temos ainda o ponto cego. 

Mas não utilizamos a visão isoladamente, mas sim em conjunto com outros sentidos. Nossos ouvidos podem nos ajudar a construir uma imagem de nosso entorno. No entanto, dentro de nossos carros ou com música, o nosso cérebro se distrai de outro sentido útil. Além disso, as bicicletas são quase completamente silenciosas, principalmente para condutores de automóveis.

Como os acidentes acontecem

Vamos dizer que você está dirigindo. Você se aproxima de um cruzamento e percebe que não há tráfego. Você olha para a esquerda e direita e segue em frente. De repente, você ouve um barulho de freiada e uma buzinada, e como num piscar de olhos surge uma moto na frente de você, evitando por pouco um acidente.

O que aconteceu? Em sua abordagem, você não podia ver que havia outro veículo em rota de colisão. Com a falta de movimento relativo para a sua visão periférica para detectar e sendo o veículo potencialmente escondido por estar perto da coluna da porta, você o perdeu inteiramente.

Embalado em uma falsa sensação de segurança, você olhou rapidamente para a direita e para a esquerda e para evitar segurar o tráfego atrás de você, seus olhos “pularam” o veículo que se aproximava, especialmente por que ainda estava perto da coluna da porta ou no cantinho do para-brisas. O resto da estrada estava vazio e este foi o cenário que o seu cérebro usou para preencher as lacunas! Assustador, não?

Você não estava sendo desatento - mas você estava sendo ineficaz. Além disso, se você não leva em consideração que um ciclista pode estar andando pela via pública, é muito provável que o seu cérebro “pule” esta possibilidade e monte uma paisagem vazia.

Agora que você foi avisado, o que pode fazer?

Homem prevenido vale por dois, então, aqui vão algumas orientações do que podemos fazer:
Motoristas:
  • Reduza a velocidade na aproximação de uma rotatória ou cruzamento. Mesmo que a via pareça vazia. Alterar a velocidade vai permitir que você veja os veículos que seriam invisíveis para você.
  • Um olhar nunca é o suficiente. Você precisa ser tão metódico e deliberado como um piloto de caça seria. Concentre- se em pelo menos três pontos diferentes ao longo da estrada para a direita e esquerda. Observe de perto, meia-distância e de longe. Com a prática, isso pode ser feito rapidamente, e cada pausa é apenas por uma fração de segundo. Pilotos chamam isso de "vigia scan" e é vital para a sua sobrevivência.
  • Sempre olhar fixo e repetir pelo menos duas vezes. Isto dobra a sua chance de ver um veículo.
  • Dê uma olhada ao lado dos pilares do para-brisas. Melhor ainda, se incline um pouco para a direita e esquerda, de modo que você esteja  olhando ao redor da janela da porta. 
  • Limpe sua trajetória de vôo! Ao mudar de faixa, verifique seus espelhos e como uma última verificação, olhe diretamente para o local, que está indo para a manobra.
  • Dirija com as luzes acesas. Veículos ou roupas brilhantes são sempre mais fáceis de detectar do que as cores escuras que não contrastam com uma cena.
  • É especialmente difícil detectar bicicletas, motos e pedestres durante as condições de sol baixo.
  • Mantenha o seu para-brisas limpo.
  • Por fim, não seja um distraído - se você está olhando para o seu telefone celular, então você é incapaz de ver muito mais. Não só você está, provavelmente, olhando para baixo em seu colo, mas seus olhos estão focados em menos de um metro e todos os objetos à distância estarão fora de foco. Mesmo quando você olhar para cima e para fora, leva uma fração de segundo para os seus olhos se ajustarem - este é o tempo que você pode não ter.
Ciclistas e motociclistas:
  • Reconhecer o risco de serem “pulados” pela percepção dos motoristas. Roupas de alto contraste e luzes ajudam. Em particular, luzes de LED (frontal e traseira) são especialmente eficazes para ciclistas, pois criam o contraste e atraem a visão periférica da mesma maneira que o movimento faz. Não há nada de errado em usar estes durante o dia. 
  • Ao se aproximar de um cruzamento, olhe nos olhos do motorista e tenha a certeza que ele o viu. Saiba que se você não olhar nos olhos dele, a probabilidade de ele te “pular” é maior, e então o deixe ir primeiro.
  • Reconhecer que, com um sol baixo, um para-brisas sujo ou com uma chuva, os motoristas são susceptíveis de ter menos  chance de vê-lo.
  • Guias de ciclismo vêm dizendo há anos: Ande em uma posição mais longe do meio-fio onde é mais provável um motorista perceber você. 
O que devemos fazer com a nossa fraqueza humana? Descobertas como a de John Sullivan e sugestões são excelentes. No entanto, eles dependem de mudança de hábitos bem incorporados. “Pessoalmente, creio que, ao contrário de pilotos da RAF, é muito improvável que um motorista mude o seu comportamento. Portanto, eu diria que esta é outra razão pela qual se deve investir na construção de segurança para nossas vias, com infraestrutura ciclística no estilo holandês", diz John.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Mesa não é questão de estética


Publicado naRevista Bicicleta por Carlos Menezes em 19/08/2013
 
Mesa não é questão de estética
Foto: Strixcode

Mesa não é apenas uma questão de estética: ela está diretamente relacionada ao conforto e performance do ciclista, onde alguns milímetros de comprimento ou graus de inclinação fazem toda a diferença.

Mesa, suporte de direção, avanço do guidão, headseat, stem, não importa o nome dado, com certeza já dedicou alguma parte do seu tempo avalianVdo qual o comprimento de mesa deveria utilizar em sua bike para conseguir o melhor posicionamento. 

Mesmo sendo tratada por muitos como um componente extremamente simples, essa peça é responsável por todo o conforto do ciclista e dirigibilidade da bike. Isso porque a escolha de um quadro ideal deve ser feito levando-se em consideração a altura e alcance do ciclista ao guidão. Para isso, a mesa apresenta-se como componente que vai colaborar para ajustar o alcance do guidão seja em altura ou distância do guidão em relação à caixa de centro. Mas para se chegar a essa medida é importante que antes disso seja encontrado a altura e o recuo correto do selim e que para isso é necessário estar com os tacos da sapatilha devidamente alinhados.

Como pode ser observado, a escolha de uma mesa não está relacionada simplesmente ao fato de se sentir ou não confortável na bike. Estar se sentindo bem não é sinal de que esteja tirando o máximo de conforto e rendimento da mesa que está utilizando. Mas por outro lado, escolhas erradas estão diretamente relacionadas a dores e dormência nas mãos, braços, pescoço, dores na coluna e pasmem, uma mesa mais comprida ou mais curta que o ideal deslocam o centro de equilíbrio do ciclista fazendo com que o peso fique mais concentrado nos pedais ou no selim, provocando assim dormência nos pés e dores nas pernas, parestesia na região genital e incômodos na região que os ísquios tocam o selim. Esse deslocamento do centro de equilíbrio do ciclista também provoca dificuldades para conduzir a bike em trajetos técnicos e em curvas fechadas.


Baseado nessas informações, agora fica fácil entender porque o erro mais comum na escolha e compra de uma bicicleta é escolhê-la levando-se em consideração apenas o comprimento do seat tube (tubo do selim). O mais comum é uma pessoa dizer: “tenho x de altura e Y de cavalo (entre pernas), sendo assim, meu quadro ideal é o z”. Suponhamos que esse raciocínio esteja certo (e não está), acertar o comprimento do seat tube é o menor problema que se pode ter em uma bike, afinal de contas é o mais fácil de corrigir, pois basta aumentar ou diminuir a altura do selim, movimentando o canote para cima ou para baixo. 


A escolha correta de um quadro está relacionada ao stack (altura) e reach (alcance) de um quadro. Importante ressaltar que o alcance do quadro é completamente diferente do comprimento do top tube. Nesse ponto, a mesa é fundamental para compensar pequenas diferenças de ajuste com uma mesa mais curta ou mais longa e mesmo aumentando a altura do guidão utilizando-se mesas com maior grau de inclinação e vice-versa. 

Sendo assim, quando uma pessoa compra um quadro menor do que o ideal é comum observarmos que o ciclista recua o selim ao máximo e troca sua mesa por uma mesa muito grande. Aí, então, teremos como consequência: o recuo exagerado do selim provoca uma perda do eixo de força no pedal e a mesa comprida deixará a bicicleta “lerda” nas curvas. Consequentemente quando compra um quadro muito pequeno, o ciclista adianta muito seu selim e encurta ao máximo a mesa. Com isso, o eixo de força do pedal também é perdido e a mesa curta deixará a bike extremamente agressiva, onde o menor sinal de movimento lateral no guidão provocará grandes movimentos laterais na bike.
Resumindo esse raciocínio, a mesa deve ter uma proporção em relação ao quadro corrigindo o alcance do ciclista para mais ou para menos. Mas além disso a mesa também é fundamental para ajustar a altura e distância do guidão.

Bicicletas que apresentam o mesmo tamanho de quadro apresentam diferentes alturas de caixa de direção, com isso muitas vezes os ciclistas necessitam colocar a sua mesa de maneira positiva para aumentar a altura do guidão ou instalá-la de maneira negativa para diminuir a altura do guidão.
A mesa deve apresentar uma certa proporção em relação ao tamanho do quadro para oferecer uma boa abertura de “arm pit” e um bom grau de inclinação do tronco em relação ao solo bem como uma adequada flexão de quadril e isso só é possível com as orientações de um profissional especializado, sugerindo qual a melhor mesa para o seu quadro atual.

A avaliação e ajuste de um Fitter é bem mais barato do que muitas mesas que existem no mercado. Você gasta menos fazendo um bom Bike Fit do que comprando e testando vários modelos de avanço.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Para pedalar é necessário segurar o guidão

Publicado na Revista Bicicleta por Carlos Menezes em  23/08/2013.
 
Para pedalar é necessário segurar o guidão
Foto: Thinkstock

Se existe um assunto que não se esgota é sobre fórmulas e truques para fazer seu próprio Bike Fit. Entre os ciclistas, cada um tem uma dica. Durante anos técnicas mirabolantes, algumas com fundamento, mas ineficientes, e outras sem fundamento algum, foram criadas e divulgadas. Com o advento da internet, essas “receitas” foram espalhadas entre sites, blogs, revistas e fóruns. E de tanto serem repetidas fizeram valer a frase: "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade", de Joseph Goebbels (ministro da propaganda de Hitler).

A mais comum delas é medir a altura do ciclista e dizer: “Seu quadro é tamanho ‘Z’." Mas como isso pode ser definido se quando comparamos duas bikes de marcas diferentes, ou duas bikes de modelos diferentes, ou até mesmo duas bikes da mesma marca e modelo, mas de anos diferentes, elas apresentam variações nas geometrias?

Dizer que um quadro é do tamanho ‘Z’ na maioria das vezes quer dizer que seu seat tube apresenta esse comprimento ‘Z’. Junto com esse método geralmente é feito a medida do cavalo (entre pernas) e multiplica-se por determinado coeficiente, diga-se de passagem, que cada pessoa adota um coeficiente diferente, para achar a altura do selim.

Escolher a bike dessa maneira é o mesmo que jogar uma moeda para o alto e se der cara seu tamanho é o ‘X’ e se der coroa sua bike é a ‘Z’. Isso porque, mesmo se considerarmos que essas técnicas citadas acima funcionam (o que não é verdade), o ciclista está esquecendo-se do fato que: “Para Pedalar é Necessário Segurar o Guidão”. E para isso os fitters (profissionais que trabalham com bike) levam em consideração medidas conhecidas como Stack & Reach. Ou seja, comprimento do seat tube, tob tube, caixa de direção etc., são informações secundárias na escolha de uma bike adequada. Se você está consultando um profissional para comprar sua bike e ele não sabe o que é Stack & Reach, com certeza ele não tem a menor noção do que é Bike Fit.

Apenas para sintonizar os leitores, de uma maneira simples, essas medidas se referem à Altura e Alcance da caixa de direção. 

Vamos tomar como exemplo duas bikes da mesma marca, mesmo ano, mas modelos diferentes. Nessa ilustração optamos por bikes Speed da marca BMC. Mas lembramos de que isso vale para qualquer marca ou modalidade de bicicleta, seja ela Speed, MTB, Triatlo, Contrarrelógio, Cicloturismo etc.

Tomemos como exemplo um ciclista que fez um Bike Fit Discover (serviço que consiste na avaliação do ciclista antes da compra da bike para indicação do melhor quadro para seu biótipo) e foi indicado uma BMC Granfondo tamanho 51, com uma mesa de 90 mm. Passado alguns anos esse ciclista resolve trocar de bike e levando em consideração que em seu primeiro Bike Fit foi indicado um quadro tamanho 51, ele vai até a loja e opta por uma BMC SLR 01 também no tamanho 51 e transfere as medidas da altura do selim, recuo do selim e todas as demais medidas baseado na bike anterior.

Já na primeira pedalada ele começa a sentir uma pressão muito forte na porção anterior do selim, com possível parestesia peniana, dores lombares e cervicais, dormência nas mãos e dor na articulação do quadril. Em um primeiro momento é comum o ciclista dizer: “A BMC SL01 não presta. Eu pedalava uma Granfondo e não sentia nada”. Mas se ele procurar por um fitter, que com seu conhecimento específico e equipamentos adequados, descobrirá que a SLR01 tem uma geometria com 3,1 cm mais baixa e 1,7 cm mais longa que a Granfondo, assim adicionando três espaçadores de 1 cm, totalizando 3 cm entre a mesa e o guidão, e trocando uma mesa de 90 mm por uma de 70 mm, o problema estaria resolvido. Embora pareça simples esse raciocínio, muitos acreditam que para isso basta olhar aquelas tabelas dos fabricantes cheias de números e medidas, mas um Bike Fit perfeito só é possível graças ao conhecimento apurado em geometrias de bicicletas e equipamentos específicos para que um trabalho confiável seja realizado.


Agora que isso foi explicado, podemos entender porque às vezes uma pessoa procura por um serviço de Bike Fit e volta com a bike parecendo uma girafa, com a espiga do garfo cheia de espaçadores e com uma mesa curtinha, o que torna a bike visualmente desagradável. Mas, diga-se de passagem, Bike Fit não é para deixar a bike bonita e sim para ajustá-la ao corpo do atleta de modo a lhe proporcionar conforto, maior rendimento com maior aproveitamento da energia produzida para deslocamento da bicicleta e evitar lesões. Para ter uma bike que te ofereça isso tudo e ainda seja visualmente harmônica e agradável, é necessário que realize um Bike Fit Discover antes da compra da bike, para descobrir qual a sua melhor opção, e depois de comprá-la voltar ao estúdio para ajustá-la ao seu corpo.

Para finalizar o assunto, espero que tenha ficado claro o quanto é importante escolher uma bike pela altura e alcance da bicicleta e não pela altura do seat tube. Durante anos a informação vem sendo propagada, mas nem por isso você deve continuar fazendo errado. O assunto é muito amplo e quem quiser saber mais a respeito acesse carlosmenezes.com.br.

E se você quer saber qual é o tamanho ideal da sua bike eu te respondo com toda a segurança: o seu tamanho ideal é o tamanho correto para você. E essa informação somente um fitter com formação adequada poderá lhe fornecer.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Rodas

Entenda melhor essa parte da bicicleta, que pode variar muito em cada modalidade

Publicada no site da REVISTA BICICLETA em 25/08/2013
 
Rodas
Foto: Michael Blann
 
As rodas de uma bicicleta são constituídas por: pneus, aros, cubos e raios. Podem ser bem distintas entre si, variando bastante em cada modalidade. É uma das partes mais complexas da bicicleta, devido à sua estrutura de raios tensionados. É também uma das partes mais importantes para redução de peso.

Aros


"Os aros podem ter diâmetros diferentes, atualmente os mais comuns são: 20" (biketrial e BMX); 24" (MTB e BMX); 26" e 29" (MTB); 700C (Estrada). Existem outras medidas, como a 19" e 27.5" (650C), mas não são muito populares. Aros 700C equivalem em diâmetro aos 29", porém essa nomenclatura é mais associada às rodas de estrada.

A largura do aro também é uma medida importante, pois alguns pneus só podem ser usados em determinadas faixas de larguras. Não há muito segredo nisso, já que não existem tantas variações e mecânicos experiêntes vão saber as combinações corretas.
Os aros de bicicletas de estrada e triatlo também possuem propositalmente diferentes alturas da parede, para oferecer diferentes características aerodinâmicas, podendo, inclusive, ser todas fechadas."

Os materiais mais populares empregados na fabricação dos aros são alumínio e fibra de carbono. Alguns aros para freios v-brake possuem uma camada feita de uma liga cerâmica para aumentar o poder da frenagem. Porém, com a substituição cada vez maior dos v-brakes pelos freios a disco, esses tipos de aros estão caindo em desuso no mountain biking. Já nas bikes de estrada, os aros de fibra de carbono algumas vezes possuem essa camada de frenagem feita em outros materiais. O peso baixo, alta rigidez e melhor aerodinâmica são o que caracterizam bons aros.

Além disso, existem aros clincher, tubeless e tubulares. Os aros clincher são os mais comuns, nos quais os pneus são montados nos aros com a câmara de ar no meio. Já os tubeless são aros que aceitam pneus especiais para o uso sem câmara de ar. Os aros tubulares são preparados para receber um tipo de pneu especial, que é costurado junto à câmara de ar e colados ao aro.

Cubos


Os cubos são as partes centrais das rodas, nos quais são fixados os raios que os conectam ao aro. Os eixos, dianteiros e traseiros, passam por dentro dos cubos, servindo de apoio para os rolamentos.
Os eixos variam de largura e diâmetro de acordo com o garfo/suspensão e quadro em que serão montados. Consequentemente as estruturas dos cubos também sofrem variações. Em geral, quanto mais extrema a modalidade, maior será o eixo. Hoje em dia, as principais medidas de eixos dianteiros são 5 mm, 9 mm, 15 mm ou 20 mm de diâmetro por 100 mm e 110 mm de largura. Já nos cubos traseiros os eixos variam de 5 mm, 9 mm, 10 mm e 12 mm de diâmetro, com larguras de 130 mm, 135 mm, 142 mm e 150 mm. Alguns cubos atualmente já possuem adaptadores especiais para o uso com diferentes quadros ou garfos.

Outra característica importante dos cubos é o tipo de rolamento que possuem. Rolamentos de qualidade vão trazer menos resistência à rolagem e maior durabilidade. Alguns sistemas possuem as bilhas montadas diretamente em uma pista dentro do cubo, o que facilita a manutenção e promete uma rolagem mais "solta". Outros sistemas possuem rolamentos blindados, ou seja, que não ficam expostos aos elementos externos e são encaixados diretamente nos cubos. Qual sistema é melhor, ainda é uma questão controversa. Ultimamente estão sendo usados também os rolamentos de cerâmica, nos quais as bilhas (e às vezes a própria pista) são feitas de uma liga de material metálico e cerâmico, o que promete menor resistência à rolagem e menor peso.

O mecanismo de engate também é outro ponto a se considerar em um cubo traseiro. Quanto mais pontos de engate, menos rotação do pedivela é preciso para começar a tracionar a roda. Ao mesmo tempo pode significar um pouco mais de atrito contra a rolagem da roda.
Para completar, os cubos também possuem diferentes furações, que devem ser iguais ao número de furos nos aros e é onde os raios vão encaixar. O padrão mais popular tem 32, mas podem ter 20, 24, 28, 30, 36 ou qualquer número em algumas rodas especiais.

Raios


Presos aos cubos e aros, estão os raios. Podem ser de aço, titânio, carbono ou alumínio, sendo os mais populares e baratos os de aço. Raios de melhor qualidade são menos propensos a falha e mais leves. Possuem diferentes tamanhos, pois precisam satisfazer as medidas dos cubos e dos aros. Para calcular o tamanho é preciso usar algum software ou calculadoras específicas, porém, mecânicos experientes sabem as combinações mais populares e o tamanho certo a se usar. Usar tamanhos maiores pode deixar uma ponta dentro do aro que pode furar a câmara de ar.

Além disso, existem diferentes tipos de enraiamentos. A diferença está em quantas vezes cada raio "cruza" com raios vizinhos. Em geral, quanto mais cruzamentos, mais forte a roda e mais pesada (pois os raios precisam ser mais longos) e até existem enraiamentos retos, sem cruzamentos, que são mais leves, mas precisam de cubos especiais e podem ser mais frágeis às forças laterais. Existem também enraiamentos mistos, podendo ter cruzamentos diferentes em cada lado da roda ou até no mesmo lado. O assunto é bastante complexo e técnico, sendo o ideal usar a recomendação dos fabricantes ou padrões mais aceitos.

Uma outra característica de raios é o seu diâmetro, que pode ser constante ao longo do seu corpo ou variável (popularmente chamado de "trefilado"). Os raios trefilados costumam ser mais leves, por terem mais material apenas nos pontos críticos. Alguns raios têm forma achatada ao invés de circular, prometendo maior aerodinâmica.

Existem também raios especiais, feitos para cubos e aros específicos, que não podem ser usados em outras combinações. São raios que possuem diâmetros, materiais e roscas especificas para o sistema criado pela marca.

Pneus


A camada mais externa das rodas são os pneus, que precisam ter o mesmo diâmetro que os aros para que sejam compatíveis. É um dos componentes mais importantes da bicicleta, pois podem comprometer diretamente e de forma muito perceptível o conforto, segurança e controle. Por ser um tema mais amplo, um artigo específico sobre os pneus será apresentado nas próximas edições. Fique atento!