quarta-feira, 27 de março de 2013

Requerimento para colocação de "BICICLETA FANTASMA" em Fortaleza.






No dia 25 de fevereiro a criança Adrian Menezes Duarte de 5 anos morreu atropelada por uma vam do transporte alternativo na Av. Santos Dumont, o Grupo Massa Crítica realizou um protesto no local instalando uma "BICICLETA FANTASMA" para lembrar o fato trágico e alertar a todos que o trânsito pode ser uma arma fatal e que portanto, é preciso mais respeito e cuidado com todos, principalmente ciclistas e pedestres.

Porem um tempo depois a bicicleta foi retirada pela regional II e encontra-se no depósito da prefeitura. O grupo Massa Crítica foi informado que precisaria pedir uma autorização para fazer a instalação da intervenção.

Portanto segue abaixo o ofício feito pelo nosso amigo/ciclista/ativista e advogado Celso Sakuraba.

Não vamos deixar o ofício se perder na papelada da regional, vamos ligar e fazer pressão:
Telefones da Regional II: 85-3216.1871 / 3241.4818.

VAMOS LIGAR!









quinta-feira, 21 de março de 2013

Avaliação: Ciclovia da Av. Osório de Paiva

Algumas vezes eu postarei matérias do meu camarada Lucas Landim e associados do Site Massa Crítica Fortaleza, como esta sobre a ciclovia da Av. Osório de Paiva.

 

Dia 19 de janeiro de 2013, aproveitando um passeio à Maranguape, fizemos, ou melhor, tentamos avaliar a ciclovia da Av. Gen. Osório de Paiva.
Pegamos a bem no início, logo depois do Posto Marcus Moreira e, de cara, percebemos que a tarefa não seria nada fácil!

Ciclovia da Av. Osório de Paiva
Ciclovia da Av. Osório de Paiva

A ciclovia é bem larga com alguns afunilamentos em cruzamentos mas é totalmente inapropriada para o uso de bicicleta. A água fica acumulada em muitos pontos da ciclovia em dias de chuva que, alidada a presença de lixo, pode se tornar um fator de risco à saúde dos ciclistas que utilizam esta ciclovia.

Ciclovia da Av. Osório de Paiva
Muitos pontos ficam alagados

Também encontramos lixo, restos de construção e árvores. Os pontos de acesso à ciclovia inexistem! O ciclista que quiser entrar e sair da ciclovia precisa, literalmente, desmontar da bicicleta, passar pela calçada, descer um enorme batente (correndo risco de cair com a bicicleta nas costas) para ter acesso à ciclovia.

Lixo na ciclovia e piso cheio de rachaduras e irregular por toda extensão da ciclovia.
Lixo na ciclovia e piso cheio de rachaduras e irregular por toda extensão da ciclovia.

Existem valas que dificultam a locomoção. Um ciclista distraído cairia facilmente. Somos obrigados a praticamente parar a bicicleta para passar por elas.

Valas profundas
Valas profundas

Com tantos buracos, detritos, lixo, cacos de vidro e deformações no piso, tivemos um pneu furado!

Pneu furado e lixo ao fundo
Pneu furado e lixo ao fundo

Infelizmente não conseguimos avaliar toda a extensão da ciclovia. Não tivemos saco para utilizá-la devido a impossibilidade de pedalar numa velocidade adequada e o piso faz parecer que estamos operando uma britadeira ao invés de pedalar. Para quem nunca andou de bicicleta e não sabe o que um piso irregular faz ao ciclista, o vídeo abaixo, filmado nessa ciclovia, ilustra bem a situação.



quarta-feira, 20 de março de 2013

2º Pedala Lilás



Abertas inscrições para 2º Pedalada Lilás, passeio ciclístico alusivo ao mês da mulher 
Acontece no próximo dia 23, a partir das 15h, o 2º Pedalada Lilás, passeio ciclístico alusivo ao mês da mulher, que este ano vi arrecadar alimentos e água para as vítimas da seca no Ceará, em parceria com o Pedala Fortaleza.
O passeio ciclístico mais charmoso de Fortaleza, Pedalada Lilás, acontecerá no próximo dia 23, em parceria com o 8º Pedala Fortaleza e o 2º Passeio Ciclístico Solidário, onde juntos promoverão campanha de arrecadação de alimentos e água em prol das vítimas da seca no Ceará. O evento terá largada e chegada no Sebrae/Ce, localizado na Av. Monsenhor Tabosa, 777 - Praia de Iracema. A concentração começará as 15h e a largada acontecerá as 16h.
O percurso é considerado leve (13 km) e os organizadores esperam um público aproximado de 2.000 ciclistas. A inscrição é online e no dia do evento o ciclista deverá entregar dois quilos de alimento ou dois litros de água. Como incentivo, quem colaborar com a campanha de arrecadação concorrerá a bicicletas e outros brindes. Para realizar a inscrição basta acessar:  http://bit.ly/10oQTeR. Para quem não possui bicicleta haverá locação no local.
Promover o encontro das famílias e o uso da bicicleta é objetivo do evento, que além de arrecadar alimentos e água para as vítimas da seca, visa conscientizar a população sobre a mobilidade urbana e desenvolvimento sustentável.
O evento é uma realização da Sportivus e do Instituto Brasileiro de Defesa da Cidadania (Ibradec), em parceria com a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do Ceará (STDS) e Viver Desenvolvendo Saúde. A Guarda Municipal de Fortaleza, Prefeitura Municipal de Fortaleza, Governo do Estado do Ceará, Cagece e Sentido Único Fitness apoiam o passeio.

:: MAIS
O ciclista que for para o 2º Pedalada Lilás poderá visitar a Expo Sports, feira de esportes, que acontecerá no Sebrae/Ce entre os dias 21 e 23. A visitação é gratuita e acontece dentro da programação do IV Encontro de Conhecimentos.
:: Serviço: 
2º Pedalada Lilás
Data: 23 de março (sábado)
Horário: A partir das 15h
Local: Sebrae/Ce

sábado, 16 de março de 2013

Dicas para ir de bicicleta ao trabalho

Nos últimos dias eu tenho me deslocado para o trabalho de bike, são aproximadamente 8km de distância dos quais 3 km são pela ciclovia da WS (que diga-se de passagem, estar horrivel, suja e esburacada, tem até carcaça de animal morto, sem falar dos pedestres...). portanto resolvi postar algo relacionado com o ato de ir trabalhar de bicicleta.

 Retirado do site da Revista Bicicleta em 21/01/2013


Dicas para ir de bicicleta ao trabalho
Foto: Auremar

Motivos para trocar o carro pela bicicleta para ir trabalhar não faltam. Engarrafamentos transformam os pequenos deslocamentos em verdadeiras viagens; sair da vida sedentária e incluir uma atividade física no dia a dia é outro bom motivo para adotar a bike como meio de transporte: mesmo que o objetivo seja apenas o deslocamento, e não o exercício em si, o fato de estar em movimento ao ar livre traz benefícios duradouros.

Na teoria, tudo perfeito... Na prática, não é bem assim, pois existem desafios e cuidados que devem ser tomados ao usar a bici. Então, acompanhe algumas dicas que podem lhe ajudar a enfrentar os obstáculos nessa mudança ao adotar a bicicleta como veículo para ir ao trabalho.

1. Tome a iniciativa

Você sempre usou o carro pra tudo. E por inúmeras razões: um dia está chovendo, no outro, tem que passar no supermercado, ir ao banco ou a uma reunião importante... Mas você não aguenta mais e quer deixar o carro em casa! Como? Tome a iniciativa: convença-se, acostume-se com a ideia e comece a fazer a substituição do carro pela bicicleta aos poucos. Esteja mentalmente preparado para o esforço que o percurso exigirá. Saia da zona de conforto e escolha o melhor para o seu corpo e para a sua mente. Informações sobre os benefícios do uso da bicicleta e sobre o impacto negativo do excesso de carros nas ruas o ajudarão a tomar essa importante iniciativa.

2. Procure outros ciclistas

Conheça outras pessoas que também usam a bicicleta para se locomover. Converse sobre as principais dificuldades que eles enfrentam nas ruas, como eles fazem a escolha do percurso até a empresa, enfim, dê uma polida no seu olhar sobre a bicicleta, com base na experiência de quem já a utiliza. Essas informações serão valiosíssimas para a sua iniciação. Conheça a história de outros ciclistas para se motivar, saiba que existem desafios mas concentre-se sempre nos aspectos positivos.

Respostas para desculpas clássicas

1: Estou fora de forma. Comece com percursos menores em um ritmo leve. Faça um teste no final de semana e pedale até a empresa, sem compromisso de horário. Quanto mais você utilizar a bicicleta, mais rapidamente entrará em forma.
2: É muito demorado. Um ciclista pedala em média a 16 km/h. Em distâncias de até 6 km, em áreas urbanas, a bicicleta é mais rápida do que o carro. Em distâncias mais longas, há que se considerar o fato de já estar realizando um exercício físico durante a locomoção, ou seja, você não precisa chegar em casa e ir para a academia etc.
3: É muito longe. Se achar que não dará conta de pedalar todo o trajeto, considere a ideia de pedalar até a estação de ônibus, metrô, ou até a casa de um colega para pegar carona. Quando se sentir mais confiante, experimente percorrer todo o trajeto: você vai ver que o “gigante” não é tão grande assim.
4: Não há lugar para estacionar a bicicleta. Veja se você pode deixar a bicicleta em um almoxarifado seguro, dentro da empresa, ou usar bicicletários em prédios ou garagens vizinhos. Se houver mais colegas que sentem a necessidade de um bicicletário na empresa, faça um pedido formal ao seu superior.
5: Minha bicicleta é muito velha. Desde que a parte mecânica esteja em ordem, com tudo funcionando, ter uma bike mais antiga pode até ser um ponto positivo, pois ela será menos visada em um roubo do que uma bicicleta top. Independente de qual bike você usa, a manutenção deve estar sempre em dia, para a sua segurança.

3. Atenção à sua saúde

Você começou a olhar com carinho para as magrelas que circulam naquela ciclovia em frente à empresa. Mas alto lá! Antes de sair pedalando como um louco, faça a coisa certa: visite um médico. Uma avaliação clínica geral é importante para orientar a forma correta da prática do exercício e resguardar a sua saúde, sugerindo a intensidade e o volume das atividades de acordo com os seus limites e orientando sobre os cuidados necessários para evitar lesões. * (Leia mais orientações sobre saúde na matéria Tenha uma Smart Atitude!, na edição agosto/2011).

4. Faça um Bike Fit

Com o ok do médico, procure um Fitter e ajuste a sua bicicleta ao seu biótipo, garantindo o conforto necessário para pedalar. Um profissional lhe indicará o posicionamento ideal e a bicicleta adequada para o seu corpo, o que além de saudável, é importante para o seu bem-estar. Isso fará toda a diferença entre você continuar usando a bike, ou desistir pelos incômodos do não ajuste correto.

5. Invista em seu veículo

Agora está quase tudo pronto. Você já decidiu usar a bike, fez os exames médicos e o bike fit. Agora, é hora de investir. Com a orientação do seu Fitter, compre ou adapte a sua bicicleta e os acessórios certos para que o seu status de ciclista perdure sem dores ou ressentimentos. Cuidado, também, com a sua segurança. Compre um bom capacete, luvas, pondere a necessidade de adquirir um alforje e use sempre os itens obrigatórios, que segundo o Código de Trânsito Brasileiro, são a campainha, a sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais e espelho retrovisor do lado esquerdo. Além disso, é bom ter um suporte para a caramanhola, uma bomba e ferramentas para reparos rápidos. Comprar uma boa bicicleta e bons acessórios não é um gasto, é um investimento - saudável e sustentável. Para diminuir os riscos de ser roubado ou assaltado, uma boa ideia pode ser camuflar a bike, não deixando adesivos da marca à mostra, por exemplo. E quando for à bicicletaria, invista também em um bom cadeado, que pode ser com chave ou segredo e no mínimo irá dificultar o trabalho do ladrão.

6. Compre no lugar certo

Procure sempre especialistas. Nesse caso, procure lojas especializadas com atendentes que também pedalam, que têm conhecimento sobre todos os aspectos que envolvem o uso da bicicleta. Profissionais da área não irão querer empurrar qualquer equipamento: se você for comprar a bike e os acessórios em uma bicicletaria, contará com um atendimento diferenciado, que irá orientar a compra conforme as suas necessidades. Lojas e oficinas organizadas, conhecidas pela qualidade e pela paixão pela bicicleta, são garantia de bom atendimento.

Vantagens em ir trabalhar de bike

Há desvantagens? Sim, como a falta de respeito e de infraestrutura para maior segurança no trânsito, e o “trabalho a mais” com a questão da higiene. Mas analise as seguintes vantagens:
- Economia: de dinheiro, de tempo e até de espaço. Não é preciso abastecer, a manutenção custa muito menos, não há gasto com estacionamento - aliás, não é preciso ficar caçando uma vaga pois o espaço que a bike exige é muito menor. Além disso, em trechos curtos dentro da cidade, você ainda economiza o tempo que ficaria preso no trânsito.
- Condicionamento físico: por ser um transporte ativo, a bike proporciona a prática do exercício físico e isso reflete em sua resistência, em seu peso e saúde em geral.
- Motivação: a endorfina liberada no exercício físico tem impacto também na questão psicológica, pois combate a ansiedade, o estresse e a depressão. Ir ao trabalho vai ser a melhor parte do seu dia e você vai chegar mais disposto e motivado.
- Menos poluição: além da poluição do ar, a poluição sonora das estradas é cada vez mais prejudicial. De bicicleta, você pode escolher caminhos alternativos, menos movimentados: além de ser mais seguro, é um ambiente menos poluído e isso vai te fazer muito bem. E, claro, você não estará poluindo!
- Sociabilidade: a bicicleta é um veículo sociável, porque permite um contato maior com as pessoas e com o meio. Além disso, pedalar é divertido e o bom-humor permite criar contatos mais saudáveis e positivos.
- Trânsito mais seguro: em um carro, se você se distrair (como quando for mudar a estação do rádio ou pegar algo no porta-luvas), ou acontecer algum problema mecânico, você estará colocando a sua vida e a vida de outras pessoas em risco, diferente do que acontece com a bicicleta: claro que você pode cair e se ralar um pouco, mas dificilmente colocará a vida de outra pessoa em risco.

7. Cuidado com a roupa

As novas aquisições te deixaram radiante e você já deve estar testando a bicicleta em pequenos trajetos nas horas de folga. Mas para ir trabalhar, vai precisar tomar cuidado com a roupa usada para pedalar. A primeira questão é usar roupas que te deixam visível no trânsito. Outro ponto é que, mesmo ao andar devagar, é normal transpirar um pouco e, estando ao ar livre, a possibilidade de se sujar é maior. O ideal, então, é ter uma peça de roupa no local de trabalho, ou levá-la em seu alforje. Cobre da sua empresa um lugar específico para guardar a bicicleta, um ambiente adequado para trocar de roupa e até mesmo um chuveiro. Se essa infraestrutura não estiver disponível ainda, uma e-bike pode ser usada para minimizar o problema da transpiração: você pode chegar ao trabalho sem fazer muito esforço e deixar as pedaladas para a volta pra casa. Se o percurso não for muito longo ou o ambiente não exigir muito requinte, você pode até ir pedalando com a roupa de trabalho. 

8. Tenha o controle do seu tempo

A sua relação com a bike está evoluindo e você já a apresentou aos colegas do trabalho. Também percebeu que ao usar a bicicleta, o tempo de deslocamento é muitas vezes mais rápido que o carro, e independe dos congestionamentos das vias, ou seja, você sabe quanto tempo levará para chegar na empresa. Agora, use isso a seu favor. Tenha sempre alguns minutos de folga para se recompor antes de começar a trabalhar, além de ter um tempinho caso um imprevisto acontecer: será a diferença entre começar o dia descontraído ou atropelado. Você também pode impor um ritmo mais lento para se deslocar, a fim de não transpirar tanto. E por último, usar vias secundárias, mais tranquilas para realizar o trajeto, além de mais seguro, pode ser mais rápido e lhe garantir ainda mais tempo: um bem tão escasso hoje em dia.

9. Acompanhe a previsão do tempo

Absolutamente não é legal chegar ao trabalho todo molhado. Crie o hábito de dar uma olhada na previsão do tempo e esquematize um plano emergencial, caso chova. Quando nublar, leve uma capa de chuva e uma roupa específica para o caso da água despencar. Se for possível, deixe uma roupa reserva na empresa. Outra possibilidade é conjugar o percurso com outros modais, escolhendo transportes coletivos com estacionamentos específicos para a bicicleta ou que permitam o seu transporte. Nesse caso, uma bicicleta dobrável te dá mais portabilidade. Não esqueça de ter sempre uns trocados junto, para essas ocasiões. Com o tempo ensolarado, não esqueça do filtro solar e de se hidratar regularmente.

10. Passe a ideia adiante

A barriga diminuiu, o entusiasmo aumentou, você conheceu ruas da sua cidade que nunca tinha visto, ganhou tempo e andar ao ar livre faz você parecer mais vivo. Até o sentimento de estar fazendo a sua parte pelo meio ambiente ficou mais aguçado. Bem-vindo ao clube, parceiro(a). Agora, não seria a hora de incentivar mais pessoas a pedalar? Aproveite a hora do cafezinho para falar sobre os benefícios de usar a bicicleta e elas reforçarão a voz no pedido por mais infraestrutura, tanto pública (ciclovias, estacionamentos públicos seguros, etc.), quanto privada (chuveiro, armários, bicicletário, etc.), tornando a vida de todos os ciclistas mais segura. Você estará tirando mais carros das ruas, auxiliando outras pessoas a despertarem para o uso da bicicleta e isso só enriquecerá ainda mais a sua qualidade de vida.


Pedalando na chuva

Galera, o período de chuvas esta demorando mais vai chegar, seguem abaixo alguma dicas de como pedalar na chuva.

Publicado em 22/01/2013no site da Revista Bicicleta.


Pedalando na chuva
Foto: Thinkstock

Ela sempre vem, uma hora chega. Em São Paulo, é companhia constante em alguns períodos. Todo ciclista urbano deve estar preparado para ela: a chuva. É praticamente impossível não se molhar, mas se você estiver pronto para a chuva, ao menos conseguirá manter seus pertences protegidos e evitar que a água escorra por dentro de suas roupas.
Confira as dicas e adapte o que for necessário, pois cada ciclista tem uma maneira de lidar com as situações. 

Para-lamas 

É um item muito importante na bicicleta. Para quem usa a bike como meio de transporte, sabe o quanto eles auxiliam na proteção contra a água das chuvas, poças e valetas. Depois da primeira chuva, você descobre como são importantes.
Eu uso bagageiro, por isso não tenho para-lama na roda traseira. Mas somente o bagageiro não é suficiente, a menos que esteja todo fechado com plásticos ou algum outro objeto. A dica é usar uma bolsa traseira.

Bolsa Traseira

Para dividir o peso e a carga com a mochila, levo parte da roupa e às vezes até sapatos e ferramentas, em uma pequena bolsa presa no bagageiro. Se você tiver um alforje ou bolsa própria para bagageiro, será muito mais fácil.
Tudo que você levar na bolsa ou mochila, coloque em dois saquinhos. Mesmo quando não há chuva, tenho por costume colocar as calças em dois sacos: ainda mais na bolsa do bagageiro, que estará recebendo água por cima e por baixo. Melhor proteger! Protejo também as ferramentas, para garantir vida longa às mesmas.
Para levar a bolsa, amarre-a bem, passando a alça pelo canote. Uma vez o elástico se rompeu e minha bolsa caiu: perdi roupa e ferramentas. Como quase sempre estou com a bolsa, uso a luz vermelha presa no bagageiro, e não no canote, pois ficaria encoberta. 

Roupa

Com chuva, o ideal é usar a menor quantidade de roupa possível, utilizando apenas roupas de tecidos técnicos, evitando o algodão. Mesmo que esteja frio, tente usar bermuda curta, assim você não ficará encharcado enquanto pedala. A roupa que você precisa usar no trabalho deve ir protegida na bolsa ou mochila.
Roupa de baixo é dispensável com o uso de bermudas de ciclista. Essas bermudas secam rápido, portanto nos dias de chuva, evite usar cuecas ou calcinhas.


Luvas

Evite luvas de dedo fechado. Com a chuva, ficarão encharcadas e suas mãos ficarão mais frias. Tente usar as de dedo aberto - só não fique sem luvas, pois elas evitam bolhas, machucados mais graves numa queda e melhoram a "pegada" no guidão.
Se você tiver um par extra de luvas, leve-o com suas roupas. Leve também mais um par de meias. Na volta, você irá agradecer por poder usar luvas e meias secas.

Sapatilhas

Se você usar um tênis comum, seus pés irão se encharcar facilmente, mesmo com pouca chuva, pois este tipo de calçado usa muito tecido. Pedalar com sapatos cheios de água é uma das piores sensações, mesmo no calor. Para evitar essa situação ruim, veja essa dica simples.
Se o seu pé for pequeno, sacolinhas plásticas (essas comuns, de mercado) irão servir. Se você tem um pé gigante, terá que encontrar sacos maiores para uma proteção adequada. Em cada um dos pés, utilize duas sacolas. Se usar apenas uma, a água vai entrar.

Coloque a ponta do pé no canto da sacola, de forma a aproveitar melhor o comprimento da mesma. Passe uma alça dentro da outra.
Dê a volta pela frente do tornozelo e passe de novo a ponta de cada alça por dentro da outra alça.

Siga entrelaçando as pontas das alças. Importante: nenhum nó é necessário! Simplesmente passe uma alça dentro da outra algumas vezes.
Ao colocar a segunda sacolinha, intercale o canto do fundo. Se você colocou a primeira no canto esquerdo, por exemplo, coloque a segunda no direito.

É melhor que no pé esquerdo a segunda sacola fique no canto direito, e vice-versa. Dessa forma, você deixa o excesso de plástico do lado de fora, longe do pedal e da corrente.
Veja o detalhe da alça passando por dentro da outra; vire uma delas e passe novamente por dentro.

Depois de algumas vezes, a "corrente" se mantém presa sozinha. Assim você não precisa dar nó. Se der um nó nos laços fica mais difícil retirar as sacolas, e será preciso arrebentá-la.
Quando terminar um dos pés, dobre bem o plástico e retire o excesso de ar.
Somente dois elásticos bastam para segurar tudo no pé.

Você pode encontrar uma dessas galochas de motoqueiro, mas são pesadas e você não conseguirá usar o clip ou o taquinho, e a água vai entrar nelas. O ideal seriam as polainas impermeáveis, próprias para ciclistas, pois estas sacolinhas requerem um pouco de paciência e tempo.
 
Se o laço for dado simplesmente passando uma alça dentro da outra, basta puxar para abrir tudo.
Não use muita pressão, apertando demais. Se estiver apertado, em meia hora de pedal seu pé vai inchar, e o tornozelo ficará marcado e machucado. Basta colocar direitinho que a água não entra.
Dobre a barra da calça de modo que esta fique totalmente fora do laço das sacolinhas, e também deixe a meia dobrada para baixo (melhor usar daquelas bem curtinhas, tipo meia sapatilha).
Você pode ficar com uma aparência um pouco estranha, mas só enquanto estiver fora da chuva e desmontado da bicicleta. Lá fora, pedalando debaixo d’água, será normal e muito agradável.
Cheguei a enfiar o pé em correntezas fortes, em valetas e sarjetas, com chuva forte, e meus pés ficaram secos. Como disse, fazer isso pode levar uns minutos a mais e exige sua paciência, mas é muito barato e reutilizável.
Por isso, pareço um office-boy: sempre tenho elásticos (e saquinhos) comigo.

Algumas sapatilhas têm mais componentes sintéticos, não-tecido, exigindo assim menos proteção, já que ela secará muito mais rápido que um tênis de pano. Mesmo assim, não deixe de usar as sacolinhas para evitar o pé encharcado e manter as meias secas.
Coloque os elásticos de modo a não passarem por cima do taquinho. O uso das sacolinhas não irá impedir a trava do SPD.

O pé vai ficar seco e protegido, mas se você não usa taquinho SPD, cuidado, pois o plástico desliza e não é nada aderente, nem no chão nem no pedal. Você terá que decidir em manter o pé seco e perder essa aderência. Se estiver clipado, não há problema nenhum.

Mochila

Eu ainda tenho que carregar comigo documentos, eletrônicos, celular… Nada disso pode molhar. Hora de pegar mais sacolinhas.

Coloque tudo dentro dos saquinhos. Se houver documentos ou outras folhas maiores que não podem dobrar, certifique-se de proteger bem.

Use sempre dois saquinhos. Debaixo de uma chuva forte, é melhor garantir do que confiar que a água não entra na mochila. Experiência própria.

Pacotinhos bem feitos garantem a integridade dos seus objetos, e você vai pra chuva sem medo.

Tudo que você for usar logo que chegar ao trabalho, escola ou em casa, como a chave, o crachá ou dinheiro, deixe em sacolinhas pequenas, nas bolsas menores da sua mochila ou pochete.

Existem mochilas específicas para uso por ciclistas. A anterior é uma Kailash, já bem usada (me acompanhou por quase uma década, a danada), e essa é uma Deuter. Espero que dure mais uma década. Quanto tempo dura um carro?

Para aumentar a proteção, você pode usar uma capa impermeável de mochila. Além de proteger o que está dentro, evita que a própria mochila fique encharcada. A água na mochila encharcada é um peso considerável que você carregaria à toa, além dos respingos no carpete do escritório.

Esse modelo da Deuter já vem com uma capa. Basta abrir o zíper, puxá-la para fora e proteger a mochila.

Depois secar, dobrar e guardar. Muito prático. Capas para mochilas são vendidas em lojas de material esportivo, ou você pode improvisar com um grande plástico.
 

Jaqueta

Se lá fora houver apenas uma leve garoa, uma simples jaqueta ou anorak servem. Lembre-se de tentar usar a menor quantidade de roupa, para evitar menos água presa ao seu corpo.

Capa de Chuva

Mas se há chuva de verdade, use uma capa de chuva mesmo. Essa aí é uma daquelas de três reais, que qualquer banca de jornais vende. Há capas especiais para ciclistas, mas são bem mais caras, apesar de protegerem quase da mesma forma. A diferença está na mobilidade que elas darão.

Coloque o capuz da capa de chuva primeiro, depois o capacete. Prendendo direitinho, não entrará água pelas costas nem escorrerá pela cabeça.

Luvas

Deixe para calçar as luvas no final, pois você precisará dos dedos livres durante toda essa operação.

Confira os movimentos

Monte na bike e confira se nada está apertando ou repuxando. Vire a cabeça, mexa o corpo, estique os braços. Acerte a posição da mochila e da capa. As capas de motoqueiros não são adequadas, pois são pesadas e tiram o movimento que o ciclista precisa ter.

Pronto pra enfrentar as ruas da cidade com chuva e muita água. Assim como carros nas estradas, em dias de chuva use sempre a iluminação, mesmo de dia. Motoristas são seres limítrofes e bastante incapazes; ajude-os: seja visto! (sério, mesmo com essa roupa de astronauta, amarelo berrante - cheguei e luzes vermelhas piscando na cabeça e bagageiro, sempre escuto um ‘não te vi!’)

Quando chegar em seu destino, deixe a capa secando junto à bike. Você nunca vai saber se na volta terá chuva também - Em São Paulo, é o mais provável). Na dúvida, sempre leve a capa na mochila, não importa a época do ano.

Há uma maneira certa para dobrar a capa, senão você terá um pacotão desajeitado de plástico. Quando abrir a capa recém-comprada, confira como são as dobras. Para dobrá-la novamente, depois de seca, estique e dobre ao meio, juntando as pontas das mangas. O truque está em saber fazer as dobras no capuz, de modo que fique como na foto.

O capuz é dobrado dentro dele próprio. Em seguida, dobre o mesmo e as mangas para cima do corpo da capa. Dobre tudo no meio, pelo comprimento.

Pronto! Não precisa ficar igualzinho ao pacote original, mas assim cabe fácil na sua mochila, sem ocupar espaço. Mantenha a capa sempre limpa e seca, seja ela simples ou específica para ciclistas. Pedalando com esse plástico totalmente impermeável sobre a pele você irá suar, mesmo que esteja frio. Cuidando bem, a capa pode durar muito. 

Ao chegar ao trabalho ou escola, ou depois que retornar para casa, deixe sempre tudo secando. Se precisar secar as luvas, por exemplo, pode deixá-las presas na grade da geladeira: solução dos tempos de antanho. Para evitar ter que colocar os tênis atrás da geladeira também, use os saquinhos nos pés.

Antes de começar a trabalhar, leve a roupa seca com você e troque-se no banheiro. Depois de um pouco de higiene pessoal, que pode envolver o uso de papel toalha, você estará novinho, pronto pra trabalhar, e FELIZ! Já seus amigos, que foram de carro, não estarão rindo e felizes como você.

Dá até pra usar roupa social sem problemas. Basta dobrar as calças e camisas direitinho. Para evitar qualquer amassado na camisa, coloque-a dentro de uma pasta, dessas de escritório, não deixando de protegê-la da água com os infalíveis saquinhos.

Aproveite o ar-condicionado do escritório. Ambientes com ar-condicionado são muito secos (por isso é importante beber água e não abusar do uso contínuo do monitor). Dessa forma, tente deixar em algum canto o que tenha se molhado, como luvas ou o par de meias.
Se há chuva, é necessário cuidar da bicicleta também! As partes mecânicas móveis precisam de uma lubrificação ideal para muita água. Na corrente e nos câmbios traseiros e dianteiros use um óleo lubrificante especial.

Nas ruas da cidade há muita sujeira. Com água, essa sujeira desgasta as sapatas dos freios e podem também arranhar o aro das rodas. Tenha sempre com você sapatas sobressalentes, se você usa sapatas tipo refil, que são mais práticas; para as inteiriças, fica mais difícil. Se usa freios a disco terá um problema a menos, pois enfrentam água, sujeira e lama com mais eficiência.

Se você está na estrada de speed, na trilha de mountain bike, ou mesmo praticando cicloturismo, não tem nada que se proteger dessa forma! As dicas são para quem precisa chegar no trabalho ou na escola de maneira que consiga secar-se rapidamente ou evitar o excesso de água. Fora das ruas da cidade, tem mais é que aproveitar a chuva, protegendo apenas documentos e aparelhos eletrônicos. 

Aproveite a chuva, desfrute do percurso, mas tome cuidado com o chão mais escorregadio, os freios que não funcionam igual, e com os motoristas: seja visível e previsível. Acenda sempre as luzes. Em ruas muito alagadas, não se arrisque, pois há o risco de um acidente com algum obstáculo, como bueiros abertos, ou mesmo um desequilíbrio causado por causa da água.

Por experiência própria - use a bike para ir e voltar do trabalho! Eu venho e volto do trabalho para casa todos os dias com minha bicicleta, não importa o tamanho do temporal. Todos no escritório me invejam, pelo tempo que levo, pela diversão que consigo ter ao pedalar, e pelo ânimo que tenho. Mesmo os que me acham louco também me invejam. Bom pedal!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Mito da bike 29 - Qual o tamanho ideal para você?

Cansei de ver atletas e entusiastas montados em bikes 29 com tamanhos errados. Sinto uma dor na coluna só de ver. (opinião do colunista do site original)

Publicada no site da Revista Bicicleta em 21/01/2013


Mito da bike 29 - Qual o tamanho ideal para você?
Foto: Pedro Cury

O motivo deste artigo é mais um alerta do que a indicação perfeita de um quadro. O que vem acontecendo aqui no Brasil é algo abusivamente errado. Falta de informação é a principal causa disso. Por exemplo: sempre tem aquele que se acha especialista em bike fit. Mas para isso, ele deveria estudar anatomia ou fazer um curso especializado antes de dar "informações" ou tentar ajustar a bike mais detalhadamente para um ciclista. O que serve para você, muito dificilmente servirá para outro. Principalmente nas rodas gigantes, completamente diferentes das 26”.

Teoria Básica da Troca de Quadro: 26x29

Não tem nenhum mistério, mas muitos usuários ainda têm dúvidas de quando vão fazer a migração e trocar de bicicleta. Se você tem uma bike 26 que o tamanho do quadro é 18”, logicamente você vai usar o mesmo para uma bike 29. Não é porque a roda é maior três polegadas (em alguns casos, a diferença não chega a isso) que o ciclista precisa diminuir o tamanho. Mas no final das contas, pode surgir uma pequena possibilidade do quadro ser menor ou maior, sim, e o usuário usar outra medida. Parece confuso e contraditório, mas o uso de um tamanho de quadro maior na bike 29 do que no da 26 pode ser melhor para certos ciclistas.
Não são todos os fabricantes que fazem todas as medidas iguais. Cada um tem o seu segredo e combinação (apresentação), mas ainda tem fabricante fazendo bikes 29” erradamente. Muitos ainda usam moldes e geometrias de 26, que comprometem em todos os aspectos: rendimento, dores no corpo etc.

História das Bikes 29 em Relação aos Quadros

Quando as bikes 29 surgiram há mais de 15 anos, através dos famosos frames builers (especialistas ou criadores de quadros “caseiros”), a demanda era mínima. Aos poucos foram crescendo os adeptos e as produções,  surgindo as primeiras montadoras e marcas específicas. Muitos destes quadros tinham as construções corretas pelo simples fato de seguirem o padrão de uma mountain bike tradicional: medições e reforços de acordo com a tubulação e espessura.
Muitos gastos e dor de cabeça até chegar na geometria correta fizeram parte do trabalho dos criadores e formadores de opinião. O famoso off set do garfo foi o principal deles. Depois, o centro de gravidade (e já tem marca famosa publicando balela). Medição entre eixos, angulação do seat tube, top tube e angulação da caixa de direção etc. Pronto, os diversos erros foram corrigidos, embora alguns fabricantes ainda não acharam a geometria perfeita. Enfim, a bike 29” não nasceu por agora.
Com o boom das bikes 29”, as famosas marcas de aro 26” não se deram ao luxo de pesquisar, medir e fazer testes com seus protótipos. Muitas delas só fizeram alongar o famoso JIG (gabarito de criação, montagem e soldagem de quadro). Resultado: tudo errado.  Mas mesmo assim, as bikes 29” invadiram o mercado.
Apenas com o alongamento atrás (seat stay e chain stay), estas bikes se transformaram em mutantes, fazendo com que os primeiros usuários – cobaias – tivessem uma experiência um pouco negativa em relação às mesmas. Por isso, até hoje os comentários ruins ficam na mente dos ciclistas. Pobres estes que ainda não pedalaram numa verdadeira 29”.

Problemas

Com o famoso “empurra-empurra” nas vendas, muitos ciclistas vêm usando bikes menores, ocasionando uma mesa maior ou canote super elevado. Resultado desta combinação? Tem que pedalar muito para saber.
Alongando apenas os tubos traseiros, as marcas não faziam as medições de forças aplicadas e variação das espessuras corretamente. Isso sem citar as outras partes que um quadro possui. “Oras bolas”,  a pressão e força de uma roda 29” é muito maior que uma bike 26”. Eis a resposta das trincas e quadros empenados (torcidos). Simples!
Mas o problema vai além! A distribuição errada do peso do ciclista sobre a bike causou diversas queixas de que a bike 29” não subia bem, não era boa em singletracks, era uma bike mais pesada para pedalar, não rendia etc. Tudo isso já foi desmentido e não precisa falar mais das qualidades das rodas gigantes.
Isso não é uma denúncia. É apenas um fato. Afinal, nenhum fabricante queria ficar atrás, por isso houve uma peregrinação prematura para as rodas gigantes por parte de muitas marcas conceituadas. Tenho que ressaltar que algumas delas atrasaram sua produção em série. Estas fizeram bem e seguraram até o momento certo da nova tendência explodir. Mas mesmo assim, ainda ficam fazendo quadros muito aquém dos famosos frame builders, os que estudam e quebram a cabeça para chegar na “geometria fantasia” de uma verdadeira bike 29”.

Ajuste rápido de câmbios


Ajuste rápido de câmbios
Foto: Ronaldo Huhm - Instrutor Técnico Shimano Latin America
O assunto deste artigo é de interesse de todos os amantes das bikes: ajuste de câmbios. Esse procedimento é simples e essencial, pois ajuda a preservar as peças da transmissão e evita que o passeio seja encurtado devido a uma possível quebra do componente.
Começamos o procedimento pelo câmbio dianteiro, que pode realizar uma comutação para coroas duplas ou duas comutações, em casos de coroas triplas. Este é um componente muito importante e o ajuste apropriado facilita muito a pedalada. Mas nem só de ajuste vive o câmbio dianteiro. É importante mencionar a compatibilidade de produtos.
Como mencionado, os câmbios podem ser:
  • Duplos (duas coroas)
  • Triplos (três coroas)
Atenção: procure evitar misturar produtos de marcas diferentes, pois os fabricantes empregam tecnologias diferentes que, se combinadas, podem não apresentar um bom rendimento.
As especificações do produto devem ser respeitadas para obter um rendimento de mudança satisfatório. É muito comum a combinação incorreta: coroas duplas X câmbio triplo. Existe a falsa impressão de que basta limitar o câmbio triplo que irá funcionar com coroa dupla, mas cada câmbio possui um perfil próprio, por isso é necessária a combinação do conjunto.

Raio X de um câmbio dianteiro

Agora que você já conhece alguns detalhes do câmbio dianteiro já podemos falar um pouco da regulagem. Ao observar o câmbio de perto você notará parafusos com as inscrições “H” e “L”, que significam HI e LOW, uma referência para a velocidade que aquela posição lhe proporcionará: HI - alta velocidade e LOW - baixa velocidade.
Ao ajustar o parafuso “H” você limitará a amplitude de movimento do câmbio, evitando assim que a corrente caia para fora do pedivela.

Ao ajustar o parafuso “L” você limitará a amplitude de movimento do câmbio, evitando assim que a corrente caia para dentro do pedivela, entre o quadro e as coroas.

Trocadores

Além dos batentes, outro ponto muito importante para o funcionamento correto do câmbio é a tensão do cabo. Os câmbios são acionados a partir de um trocador ou alavanca que recolhe ou libera o cabo de acordo com o acionamento, fazendo com que o câmbio se mova conduzindo a corrente pelas engrenagens (coroas ou cassetes). Para que essas alavancas acionem os câmbios corretamente, de acordo com o passo indexado de cada marcha, a tensão do cabo deve ser apropriada: nem muito esticada nem muito frouxa.
Quando triplo, posicionado na coroa do meio e cassete maior, a placa interna do câmbio deve estar a 0.5 mm de distância da corrente. Na alavanca, geralmente existe um “esticador” que permite realizar o ajuste de tensão do cabo, possibilitando a sincronia das marchas. O procedimento para esticar ou soltar o cabo é o mesmo tanto para o câmbio dianteiro quanto para o traseiro. Em ambos podemos esticar ou afrouxar os cabos através desse esticador que fica posicionado no trocador ou no câmbio traseiro, mas nunca no câmbio dianteiro.

Câmbio Traseiro

No câmbio traseiro também existem os batentes ou limitadores que, assim como no dianteiro, possuem a mesma função, ou seja, limitar a área de atuação do câmbio. No entanto, no câmbio traseiro existe um outro parafuso de ajuste muito importante: o parafuso de “tensão B”.

Posicionamento do limitador de alta velocidade

Mas, cuidado: existe um ponto ao qual é necessária atenção: a gancheira do câmbio (parte do quadro da bike onde é fixado o câmbio traseiro). Caso haja uma queda ou batida no câmbio, essa peça serve como um fusível (inclusive, esta palavra é utilizada para designar a gancheira em alguns países latinos). Caso ela entorte, isso influenciará no trabalho do câmbio, uma vez que o mesmo ficará fora de alinhamento dificultando o ajuste e a troca das marchas. Nesse caso, procure uma loja especializada o quanto antes para realizar o alinhamento da gancheira ou até mesmo a sua troca.

 

Posicionamento do limitador de baixa velocidade


Publicado no site da Revista Bicicleta em 22 de janeiro de 2013.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Transmissões

Postado em 22/01/2013 no site da Revista Bicicleta

Transmissões
Foto: Ronaldo Huhm - Instrutor Técnico Shimano Latin America

Em mais uma Palavra do Mecânico, abordarei um tema muito bacana: transmissões. A substituição dos componentes da transmissão já desgastados por um novo conjunto é, aparentemente, uma tarefa fácil, porém, existem alguns detalhes cruciais que devem ser respeitados para que haja o bom funcionamento do conjunto, seja um de alto rendimento ou de linha de entrada.

Com o passar do tempo os componentes da transmissão se desgastam e torna-se necessário realizar uma substituição. Para isso, veja o caminho das pedras para fazer esse trabalho sem erros. Vamos lá!

Principais componentes da transmissão

  • Corrente
  • Cassete (Pinhões)
  • Coroas
  • Polias do câmbio (roldanas)

Principais cuidados na hora da substituição dos ítens

  • Aperte todos os parafusos.
  • Coroas - 10.78Nm.
  • Polias - 3.92Nm.
  • PedivelaHollow Tech II 12 – 15Nm.
  • Feche a corrente utilizando sempre o pino conector tipo ampola (no caso de Shimano). Muita atenção, pois esses pinos possuem uma medida diferente para cada tipo de corrente, seja de 8, 9 e 10 velocidades.
  • Outro ponto a se atentar é a posição das novas correntes para 10 velocidades que são assimétricas e que devem ser montadas da seguinte forma: com a face das inscrições voltada para fora.

Comprimento da corrente

É necessário posicionar a corrente na coroa maior e no pinhão maior do cassete, sem passar pelo câmbio. Para isso, meça a corrente deixando dois elos de folga e reposicione a corrente na posição coroa menor X cassete menor, dessa vez passando pelo câmbio dianteiro e traseiro. Após esse procedimento, você poderá fechar a corrente utilizando o pino tipo ampola fornecido com a mesma.

Nota

Hoje em dia e de agora em diante, as bicicletas serão cada vez mais tecnológicas, leves e precisas. Para alcançar esse padrão devemos trabalhar com muito cuidado e atenção aos detalhes, por isso o ferramental é imprescindível. Utilize sempre o torquímetro e procure informações sobre o torque a ser aplicado em cada parafuso de sua bike.
Essas informações estão disponíveis nos manuais de proprietário e em alguns dos sites dos fabricantes.
Ainda relativo à montagem, mas referente às coroas: Todas as coroas possuem um “ponto” determinante do sincronismo do sistema, que quando desalinhado impede que as marchas mudem suavemente. Esse ponto é determinado por pequenas saliências nas coroas que servem como referência para a montagem das mesmas. Esses pontos devem estar alinhados sempre na linha do braço do pedivela e entre si.

 

Aperto dos parafusos das polias

Muita atenção nesse ponto, pois em caso de soltura, o câmbio e o quadro da bike poderão ser danificados. Sempre aperte corretamente tomando cuidado para não espanar o parafuso, sem deixá-lo frouxo.

Lembre-se sempre que é prudente refazer o ajuste dos câmbios, inclusive conferindo o alinhamento da gancheira do câmbio traseiro, pois se houver um desalinhamento, não será possível um ajuste perfeito, independente da condição de desgaste dos componentes da transmissão.