Foto: Ronaldo Huhm - Instrutor Técnico Shimano Latin America
O
assunto deste artigo é de interesse de todos os amantes das bikes:
ajuste de câmbios. Esse procedimento é simples e essencial, pois ajuda a
preservar as peças da transmissão e evita que o passeio seja encurtado
devido a uma possível quebra do componente.
Começamos o procedimento pelo câmbio dianteiro, que pode realizar uma
comutação para coroas duplas ou duas comutações, em casos de coroas
triplas. Este é um componente muito importante e o ajuste apropriado
facilita muito a pedalada. Mas nem só de ajuste vive o câmbio dianteiro.
É importante mencionar a compatibilidade de produtos.
Como mencionado, os câmbios podem ser:
- Duplos (duas coroas)
- Triplos (três coroas)
Atenção: procure evitar misturar produtos de marcas diferentes, pois
os fabricantes empregam tecnologias diferentes que, se combinadas, podem
não apresentar um bom rendimento.
As especificações do produto devem ser respeitadas para obter um
rendimento de mudança satisfatório. É muito comum a combinação
incorreta: coroas duplas X câmbio triplo. Existe a falsa impressão de
que basta limitar o câmbio triplo que irá funcionar com coroa dupla, mas
cada câmbio possui um perfil próprio, por isso é necessária a
combinação do conjunto.
Raio X de um câmbio dianteiro
Agora que você já conhece alguns detalhes do câmbio dianteiro já
podemos falar um pouco da regulagem. Ao observar o câmbio de perto você
notará parafusos com as inscrições “H” e “L”, que significam HI e LOW,
uma referência para a velocidade que aquela posição lhe proporcionará:
HI - alta velocidade e LOW - baixa velocidade.
Ao ajustar o parafuso “H” você limitará a amplitude de movimento do
câmbio, evitando assim que a corrente caia para fora do pedivela.
Ao ajustar o parafuso “L” você limitará a amplitude de movimento do
câmbio, evitando assim que a corrente caia para dentro do pedivela, entre o quadro e as coroas.
Trocadores
Além dos batentes, outro ponto muito importante para o funcionamento
correto do câmbio é a tensão do cabo. Os câmbios são acionados a partir
de um trocador ou alavanca que recolhe ou libera o cabo de acordo com o
acionamento, fazendo com que o câmbio se mova conduzindo a corrente
pelas engrenagens (coroas ou cassetes). Para que essas alavancas acionem
os câmbios corretamente, de acordo com o passo indexado de cada marcha,
a tensão do cabo deve ser apropriada: nem muito esticada nem muito
frouxa.
Quando triplo, posicionado na coroa do meio e cassete maior, a placa
interna do câmbio deve estar a 0.5 mm de distância da corrente. Na
alavanca, geralmente existe um “esticador” que permite realizar o ajuste
de tensão do cabo, possibilitando a sincronia das marchas. O
procedimento para esticar ou soltar o cabo é o mesmo tanto para o câmbio
dianteiro quanto para o traseiro. Em ambos podemos esticar ou afrouxar
os cabos através desse esticador que fica posicionado no trocador ou no
câmbio traseiro, mas nunca no câmbio dianteiro.
Câmbio Traseiro
No câmbio traseiro também existem os batentes ou limitadores que,
assim como no dianteiro, possuem a mesma função, ou seja, limitar a área
de atuação do câmbio. No entanto, no câmbio traseiro existe um outro
parafuso de ajuste muito importante: o parafuso de “tensão B”.
Posicionamento do limitador de alta velocidade
Mas,
cuidado: existe um ponto ao qual é necessária atenção: a gancheira do
câmbio (parte do quadro da bike onde é fixado o câmbio traseiro). Caso
haja uma queda ou batida no câmbio, essa peça serve como um fusível
(inclusive, esta palavra é utilizada para designar a gancheira em alguns
países latinos). Caso ela entorte, isso influenciará no trabalho do
câmbio, uma vez que o mesmo ficará fora de alinhamento dificultando o
ajuste e a troca das marchas. Nesse caso, procure uma loja especializada
o quanto antes para realizar o alinhamento da gancheira ou até mesmo a
sua troca.
Posicionamento do limitador de baixa velocidade
Publicado no site da Revista Bicicleta em 22 de janeiro de 2013.
Olá, Tarcisio, mais uma vez eu aqui. Você poderia me explicar melhor o parafuso de “tensão B”, não consigo saber o uso dele. Minha marcha traseita está desregulada, quando passo a marcha traseira no rapid fire da shimano que tenho, ele desce normal para as pesadas, mas quando vou subir, preciso subir 2 pra poder passar uma. O mecanico disse que era falta de regulagem ou conduite sem lubrificação, mas nunca peguei uma bike com rapid fire regulado. Pode me ajudar também com essa regulagem?
ResponderExcluirVeja ai as fotos do meu conjunto
http://dl.dropbox.com/u/87889212/20130328_212635.jpg
http://dl.dropbox.com/u/87889212/20130328_212527.jpg
Oi George, desculpe a demora para responde, mas estava viajando.
ExcluirNão sou mecânico, rsrs, mas tentarei te responder de acordo com o que colhi com o Timóteo da Fortal Bike, o parafuso de tensão B é para fazer um ajuste fino de regulagem de sincronia da passagem da corrente, com ele vc consegue deixar mais justa a passagem eliminado ruidos e demoras na mesma. Alguns cambios usam um esbarro com rosca no conduite para fazer esse ajuste.
Quanto ao problema da passagem de marchas do seu cambio, eu andei pesquisando e podem ser várias coisas:
-Um desgaste desigual entre correte e catracas;
-Apenas um ajuste fino no cabo;
-Falta de lubrificação nos cabos e conduites;
-A necessidade de troca dos cabos...
O melhor é levar num mecânico de sua confiança para ele avaliar o problema.
Independente da marca e modelo existe um ponto de equlíbrio para a passagem das marchas, lógico que quanto mais preciso (e caro) for o conjunto mais macia e rápida será essa passagem.
Espero ter ajudado em algo.
Lhe agradeço a atenção, me ajudou bastante. Obrigado!
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