Segundo o Detran, em 1970 a motocicleta tinha uma pequena representatividade na frota brasileira: eram 62.459 motos registradas em um parque de 2,6 milhões de veículos, representando apenas 2,4% dos veículos. Em 2010, o número passou para 16,5 milhões, representando 25,5% do total de veículos.
Revista Bicicleta por Anderson Ricardo Schörner
22/11/2013
Foto: 36clicks
As
Nações Unidas proclamaram 2011/2020 como a Década de Ação pela Segurança
no Trânsito. Essa iniciativa não foi em vão. Os números de acidentes
nas estradas do mundo inteiro revelam uma violência estarrecedora, com
mortes, lesões permanentes e grandes prejuízos aos sistemas de saúde. As
recomendações para a década propõem considerar cinco pilares: melhorar a
coordenação e capacidade de formulação de estratégias das entidades
ligadas à seguridade no trânsito; infraestrutura viária mais adequada;
maior segurança nos veículos; incentivar os comportamentos de segurança
das diversas categorias de usuários e melhor atendimento aos
acidentados.
A Organização Mundial da Saúde contabilizou cerca de 1,3 milhão de
mortes por acidentes de trânsito em 178 países do mundo, em 2009.
Acidentes de trânsito são a terceira maior causa de mortes de pessoas na
faixa etária de 30 a 44 anos; a segunda na faixa de cinco a 14 anos e a
primeira na faixa de 15 a 29 anos. No mundo, metade das vítimas são das
denominadas categorias vulneráveis: pedestres, ciclistas e
motociclistas. Em 2010, no Brasil, 2/3 das vítimas compunham as
categorias vulneráveis.
As tendências nacionais mostram que houve uma queda significativa na
mortalidade de pedestres, um pequeno aumento nas mortes de ciclistas, e
um violento incremento na mortalidade de motociclistas.
Sem considerar as motos nos cálculos, teríamos uma redução de 18,7% na mortalidade no trânsito. Estes números denunciam os acidentes como motocicletas como principal impulsionador da violência no trânsito.
Sem considerar as motos nos cálculos, teríamos uma redução de 18,7% na mortalidade no trânsito. Estes números denunciam os acidentes como motocicletas como principal impulsionador da violência no trânsito.
Além dos acidentes fatais, cerca de 20 a 50 milhões sobrevivem com
traumatismos e ferimentos. O custo global desses acidentes alcança a
cifra de US$ 518 bilhões por ano.
Depois do acidente, a bicicleta
Aqueles que se acidentam de moto e ficam com sequelas permanentes,
muitas vezes não podem voltar a pilotá-la. É neste momento que muitos
despertam para a bicicleta, tanto como meio de transporte, como lazer e
reintegração social.
Foi o que aconteceu com Marcelo Graciano, 36 anos, de São Francisco
Xavier – SP. “Em outubro de 1998 eu sofri um acidente de moto. Fiquei 20
dias internado e tive que amputar o braço esquerdo”, relembra. Apesar
da lesão, Marcelo virou a página e seguiu adiante. “É lógico que existem
várias dificuldades, mas a gente aprende a viver com elas. A única
coisa que não aprendi ainda foi amarrar o cadarço do tênis (risos)”,
brinca.
Depois de mais de 10 anos, a bicicleta ressurgiu como uma opção de
locomoção. “Andava muito de bike quando criança, mas com o tempo ela foi
ficando de lado. Em 2010, comprei uma MTB por impulso. No outro dia,
quando levantei, olhei para a bike e pensei: ‘O que eu fiz? Não estou
nem andando a pé, como vou andar de bike’? Mesmo assim, comecei a dar
umas voltas, fui gostando, e continuei a pedalar até hoje, cada vez
mais. Uso a bike no dia a dia, ando em média de cinco a seis vezes por
semana, somando um total de mais ou menos 200 km semanais, treinando
para competições”, afirma Marcelo, que hoje defende a equipe Cabral Bike
Shop na categoria especial.
“Acho que se não tivesse perdido o braço, nunca teria entrado no
mundo do MTB. A bike trouxe inúmeros benefícios para a minha vida, além
de melhorar a autoestima e a confiança, o esporte traz o sentimento
muito favorável de que podemos realizar muitas coisas”, finaliza o
ciclista.
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