Continuando a série sobre as modalidades esportivas praticadas com bicicleta, falaremos hoje sobre o CICLISMO DE ESTRADA.
Histórico
Os primeiros registros de corridas de ciclismo de estrada datam do século XIX, mais especificamente em 31 de maio de 1868, tendo a prova acontecido no Parc de Saint-Cloud, em Paris. Ela foi vencida pelo ciclista britânico James Moore.
Visando promover o ciclismo e demonstrar que a bicicleta era viável como meio de transporte para cobrir grandes distâncias, em 1869 aconteceu a primeira prova entre duas cidades percorrendo a distância de 123 km entre Paris e Ruão. O vencedor foi novamente James Moore, que levou 10 horas e 25 minutos para completar o percurso.
Curiosidades
Na primeira prova entre cidades, ocorrida na França em 1869, James Moore completou 123 km em 10h25m.
A primeira competição olímpica ocorreu em Atenas 1896.
A maior e mais dura prova olímpica de estrada foi disputada nos Jogos
de Estocolmo 1912. A disputa durou mais de 10 horas e os ciclistas
percorreram um total de 320 km.
Tipos de provas
O ciclismo de estrada é regulado pela União Ciclística Internacional (UCI) e possui diferentes modalidades, sendo as principais listadas abaixo:Velocista Alessandro Petacchi vencendo a Milão-São Remo de 2005 |
Provas de um dia
São provas que acontecem em um único dia, possuindo apenas uma
largada e uma chegada. Estas provas são disputadas apenas por equipes
que percorrem distâncias que podem variar de 60km a 280km, dependendo da
categoria. É declarado vencedor o competidor que primeiro cruzar a
linha de chegada. Alguns exemplos de provas deste tipo são a Paris-Roubaix, Milão-Sanremo e Liège-Bastogne-Liège.
Critérios
São disputadas em circuito fechado à circulação e que seguem uma das seguintes fórmulas:
- Classificação na chegada da última volta.
- Classificação sobre a base do número de voltas completas e do número de pontos obtidos nos sprints intermediários.
O circuito deve ter entre 800m e 10.000m e a distância total da prova pode variar entre 80km e 150km.
Provas individuais contra o relógio
Trata-se de uma modalidade olímpica onde os competidores percorrem
entre 15km e 80km distância, sendo declarado vencedor aquele que
completá-la no menor tempo. Nesta prova os ciclistas largam um de cada
vez em intervalos pré-determinados, não é autorizada a formação de pelotão
e, no caso de ser alcançado por algum outro competidor, não é permitido
aproveitar-se do vácuo. Além disto, é obrigatório guardar uma separação
lateral de, ao menos, dois metros de qualquer outro competidor.
Provas contra o relógio por equipes
Semelhante à prova individual contra o relógio, onde os ciclistas de
uma mesma equipe percorrem agrupados distâncias de até 100 km. Todos os
ciclistas de uma equipe largam ao mesmo tempo e, caso alcancem outra
equipe, não é permitido aproveitar-se do vácuo formado pela equipe
alcançada. O tempo final de cada equipe é atribuído a partir de um
determinado competidor da equipe, por exemplo o quarto, que pode variar
conforme a competição.
Provas por etapas
Consiste em diversas 'provas' disputadas consecutivamente, devendo
acontecer em, no mínimo, dois dias. O competidor que acumular o menor
tempo para completar todas as etapas é considerado o vencedor geral.
Provas por etapas normalmente possuem outras classificações e premiações
como a classificação geral por pontos, geralmente atribuída aos
velocistas e classificação geral de montanha. Também é comum que uma ou
mais etapas seja do tipo contra o relógio individual. As mais famosas
competições deste tipo são o Tour de France, Giro d'Italia e a Vuelta a España.
Etapa 16 do Tour de France 2012. |
Mark Cavendish na chegada da etapa 18 do Giro d'Itália 2012. |
Ultra maratona
São provas que possuem uma única etapa que cobre distâncias muito
logas e duram normalmente vários dias. A mais conhecida prova desta
modalidade é o Race Across America (RAAM). RAAM é uma corrida que
percorre os Estados Unidos da América de costa a costa em uma única
etapa e que cobre aproximadamente 3000 milhas em cerca de uma semana.
Equipes
Mesmo que permaneça o princípio de que o primeiro competidor a cruzar
a linha de chegada é o vencedor, muitos ciclistas fazem parte de
equipes. Normalmente as equipes dispõem de patrocínios comerciais, sendo
que nas equipes profissionais ou semi-profissionais, o nome do
principal patrocinador acaba se tornando também o nome da equipe. O
tamanho das equipes pode variar de três ciclistas em um evento amador
até uma dúzia em uma corrida profissional.
Antes e durante a corrida, os ciclistas de cada equipe decidem entre
si qual deles tem a melhor chance de vitória. Entre os fatores que
influem nesta escolha estão o relevo, traçado, características da prova,
possibilidade de chegada em sprint, entre outros. O restante da equipe
se dedicará a ajudar o líder escolhido protegendo-o do vento ou se
recusando a perseguir o pelotão no caso de ele escapar, por exemplo,
sempre respeitando a estratégia que foi escolhida.
Em corridas profissionais, existe a figura do diretor da equipe que
acompanha a competição em um carro próprio da equipe e tem a função de
estrategista. Nestes casos, a coordenação da equipe acontece através de
rádio entre os ciclistas e o diretor, que também monitora a situação,
sugerindo alterações na estratégia conforme os acontecimentos. Por
vezes, a influência da comunicação por rádio nas táticas
de corrida é alvo de discussão entre os entusiastas do ciclismo. Alguns
argumentam que a introdução da comunicação por rádio na década de 1990, diminuiu a importância do conhecimento tático individual de cada ciclista, tornando as corridas menos emocionantes.
Tipos de ciclistas
Os ciclistas de estrada podem ser separados conforme sua especialidade:
- Escalador: ciclista especialista em subidas de montanhas.
- Contrarelogista: ciclista especialista em provas individuais contra o relógio.
- Velocista: também conhecido por sprinter, é capaz de atingir grandes velocidades, no entanto não conseguem mantê-la por muito tempo.
- Domestique: ou gregário, sacrifica seu desempenho para ajudar a equipe.
- Passista: é capaz de manter um ritmo de competição por um período prolongado, geralmente por várias horas.
Objetivo
O objetivo da competição é bastante simples: chegar em primeiro lugar
na linha de chegada. Diversas táticas são empregadas para alcançar esta
meta. Normalmente, um grupo de corredores tenta escapar do pelotão
atacando e fugindo, de maneira a reduzir o número de concorrentes aptos
a competir pela vitória. Se esta ruptura não ocorre e o grupo principal
chega unido em sua maioria até a reta final, costuma ocorrer uma
disputa no último quilômetro ou nos últimos quinhentos metros conhecida
como sprint,
quando o vencedor costuma ser um atleta cuja principal qualidade é a
habilidade para desenvolver, de maneira explosiva, um grande arranque
por um curto período de tempo. Normalmente, as equipes dos bons sprinters tentam evitar as escapadas, de modo que sempre haja um sprint ao final da competição.
Resistência
Durante a competição, é importante que o ciclista preserve suas
energias trafegando em grupos, de modo a evitar o desgaste oriundo da
resistência do ar.
As etapas contra-relógio
são disputadas com medição individual do tempo de cada competidor,
geralmente em percursos menores (de até 50 km), que percorrerá todo o
trajeto sozinho, pois os ciclistas são liberados para a estrada a
intervalos regulares (1, 2 ou 3 minutos) é o usual.
Referências
- ↑ Programação do verão espetacular 2008/2009 da TV Globo
- ↑ UCI Cycling Road Intro
- ↑ UCI Cycling Regulations
- ↑ http://www.sbs.com.au/cyclingcentral/blog-article/109155/Radio-killed-the-tactical-star
- ↑ Silvia Vieira, Armando Freitas e Comitê Olímpico Brasileiro, O que é ciclismo, Casa da Palavra, BR, ISBN 8577340430
- Wikipedia
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