terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Preparador físico explica importância da avaliação física


Preparador físico explica importância da avaliação física na performance

Texto de José Luiz Dantas – jldpessoal@yahoo.com.br



O início da temporada é o momento de traçar metas, com as principais competições e as secundárias. Mas, como se organizar de forma adequada se você não conhecer os pontos fortes e fracos das suas capacidades físicas? Como saberá se está treinando e descansando o suficiente para alcançar seu objetivo?

Se você nem sabe quais são suas principais capacidades que deve treinar, como saberá se está usando o método de treinamento certo para sanar a sua deficiência competitiva? A resposta para tudo está em uma boa avaliação física.

Qualquer bom profissional de Educação Física com formação direcionada para atividades físicas e esportes, ou seja, um preparador físico, deve possuir a capacidade de reconhecer e interpretar os índices de um relatório de avaliação física bem elaborado. Os dados de uma avaliação são os indicadores do ponto de partida, do que se deve trabalhar durante a temporada para você se equiparar e/ou superar os seus adversários. São estas informações que dizem quem é você e como você está para o seu treinador.

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As informações necessárias dependem de cada modalidade. Para as nossas afinidades (mountain bike e estrada), os limiares aeróbio e anaeróbio, não podem faltar. São necessárias informações de indicadores como a potência, a freqüência cardíaca e a percepção de esforço nestes pontos de transição.

Potência e freqüência cardíaca máxima, potência relativa, eficiência de pedalada e ângulo de ataque no pedal também são dados importantes quando avaliados em conjunto dão um diagnóstico geral do atleta.

Também demonstram o que é preciso para dar mais um passo para aproximar você do que é o padrão ideal dos atletas de alto nível da sua modalidade. Diversos destes parâmetros já foram discutidos por bons profissionais aqui na seção “Treino” em matérias anteriores. Mas vale ressaltar a importância da análise conjunta dos dados para um bom diagnóstico e prescrição de treinamento.

Estes parâmetros não servem somente para o público iniciante e amador, e mesmo no caso de atletas, não se restringe à avaliação pessoal. As avaliações servem para os técnicos de equipe, pois com estes parâmetros podemos distinguir quem deve cumprir qual função dentro da equipe, como por exemplo, distinguir passistas, velocistas e sprintistas ou, em outras situações, distinguir a ordem de entrada em uma prova de revezamento. Estes fatores são decisivos tanto na hora da prescrição com ênfase em uma função, quanto na construção de estratégias durante a prova.

Porém, ter os dados e avaliar por si não resolve o caso. Da mesma forma que você leva ao médico especialista um determinado exame, você tem que procurar um bom preparador físico que saiba ler, interpretar e tomar decisões perante a sua avaliação, ou seja, levar a um especialista em consultoria esportiva ou a um centro de desenvolvimento em performance.

Além da avaliação inicial você também precisa de reavaliações durante o ano. Geralmente sempre na metade e no final de um período de treinamento de uma capacidade específica.

Você não precisa fazer todas as avaliações que você faz ao iniciar o ano, mas a necessária para ver as modificações no principal índice que representa a capacidade física treinada naquele período. A avaliação na metade do período de treinamento é para ver se o método está correspondendo e se a capacidade almejada está melhorando. Se não estiver, seu preparador terá metade do período para corrigir a estratégia e obter melhores resultados na avaliação final. Não adianta chegar lá no final e ver que você não melhorou, ou que a melhora foi mínima. Lembre-se que a grande manha do treinamento é o controle, uma vez que os organismos respondem de forma diferente ao treinamento.

Sempre procuro trabalhar com a experiência unida a ciência do treinamento, e a avaliação é uma forma de fazer esta ligação. Estes procedimentos foram cruciais para a evolução dos meus atletas no ano passado, em especial o campineiro Renato Ruiz, a um ponto que o levou a ser contratado pela equipe de ciclismo profissional Scott-Marcondes César, de São José dos Campos, em 2010.

José Luiz Dantas
Mestrando em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Bacharel em Treinamento em Esportes pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Preparador Físico de Ciclistas amadores e profissionais.

Publicado em 27 de dezembro de 2011 no site da revista BIKEMAGAZINE.

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