
No início da década de 90, 03 amigos motivados pela inovadora ideia de
passeio ciclístico urbano que estava surgindo em São Paulo encabeçado pela
jornalista Renata Falzoni, o Night Bike, resolveram se reunir com mais alguns
amigos e sair passeando pelas noites alencarinas. O ponto de encontro foi num
posto de gasolina na Avenida Engenheiro Santana Junior próximo onde hoje é o terminal do Papicu. Logo a novidade se
espalhou e já havia muitas pessoas aderindo à ideia e o grupo cresceu. Os
ciclistas passaram a chamar o grupo de night bike, igual ao passeio de SP, não
vendo motivos para discordar do nome o grupo acatou e assumiu o mesmo, mas a
pedido do grupo de SP o nome foi trocado e ai surgiu o LIGHT BIKE. Foi então
que Ronildo, Eleniton e Cláudio resolveram assumir definitivamente a
organização do passeio.
Foram criados vários roteiros devidamente mapeados e distribuídos previamente
entre os sócios. Os sócios eram cadastrados, recebiam um selo de identificação
para ser colado na bike e contribuíam mensalmente para a manutenção da
estrutura do clube. O antigo BPTRAN cedia 3 batedores para dar apoio ao
passeio. Havia também os parceiros, lojas de bicicleta davam descontos para
sócios e batedores, empresas de sucos e lanches vendiam seus produtos antes,
durante e após o passeio, em troca forneciam lanche para a equipe do passeio.
O grupo crescia direto e logo foi preciso especializar o grupo de apoio, foi
criado quatro grupos de batedores:
- Dianteiros - que conduziam e cuidavam da
velocidade e roteiro do grupo;
- Traseiros - que mantinham o grupo coeso,
prestavam ajuda aos retardatário e cansados, hora empurrando, hora colocando no
caminhão gaiola fornecido pela distribuidora da Pepsi;
- Lateral - que fechava as ruas e cuidava para
evitar que aparecessem espaços vagos no meio do passeio;
- Percurso, este se infiltrava no passeio e
circulava da frente ao final para identificar possíveis perigos como ciclistas
imprudentes fazendo manobras perigosas para os demais, ai então eles eram
abordados e solicitado que eles passassem a conduzir seguramente a bicicleta.
Para informar sobre o grupo foi criado um jornal mensal que era distribuído entre
os sócios.
O grupo também era solicitado para organizar passeios para entidades e
empresas.
Em meados de 1995 o grupo já tinha mais de 5000 ciclistas cadastrado com
passeios semanais que chegavam a ter até 1000 ciclistas circulando, este número
acabava por transformar o passeio em um inconveniente para a circulação noturna
na cidade, muitos motoristas e pedestres reclamavam da demora ao esperar o
grupo passar, muitas pessoas ainda lembram como era longo. Só conseguíamos
manter a ordem porque tínhamos o apoio oficial do batalhão de transito. A
maioria dos sócios pararam de contribuir com o grupo e ficou difícil manter uma
estrutura tão grande. Com a morte em um acidente de bicicleta de um dos
fundadores foi decidido encerrar as atividades do Light Bike, o MAIOR passeio
ciclístico que se tem notícia.
Na mesma época havia outros grupos de ciclistas que se reunião por afinidade
ou por região geográfica com o era o caso do Friends Bike e do Super Bike que
foi precursor do atual Super 20 que falarei posteriormente
Estas informações foram compiladas por mim que fui participante ativo da
organização deste passeio durante quase um ano e meio. Fui coordenador das
equipes traseira, lateral e percurso.
Tarcísio Lima
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